No dia em que chegou às lojas "Não Há Só Tangos em Paris", o Portugal Rebelde esteve à conversa com Cristina Branco, numa "viagem" repartida entre o Tango e o Fado. Um viagem pelos sentimentos...
Portugal Rebelde - "Não Há Só Tangos em Paris", o seu mais recente trabalho é como
um "transatlântico" que passa por Buenos Aires, pára em Lisboa e finalmente atraca em Paris? Que viagens são estas?
Cristina Branco - É uma viagem pelos sentimentos na vida das pessoas. Esta é a melhor forma de definir esta "viagem".
PR - "Não
Há Só Tangos em Paris", o primeiro single deste trabalho tem a
assinatura Pedro da Silva Martins, o inspirado letrista e guitarrista
dos Deolinda. Como é surgiu esta oportunidade de trabalhar com o Pedro
Silva Martins?
CB - O Pedro e os Deolinda, conheci-os quando me convidaram para fazer um concerto com eles no Castelo S. Jorge, em Lisboa, à cerca de um ano e meio e desde aí ficamos amigos. Houve uma grande empatia. Algum tempo depois, pedi ao Pedro se estaria interessado em fazer algum tema para o disco. Foi desta forma, que nasceu este "encontro".
PR - Para além do citado Pedro Silva Martins, "Não Há Só Tangos em Paris", conta com autores e compositores de
excepção como António Lobo Antunes, Mário Laginha, Vasco Graça Moura, Manuela
de Freitas, João Paulo Esteves da Silva, entre outros. É por estes autores e compositores, que passa o "novo" fado?
CB - São os autores da minha vida...são as pessoas, que eu gosto e com quem já trabalhei antes.
PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizaria
este "Não Há Só Tangos em Paris"?
CB - É uma viagem que fala de gente, fala do bem e do mal, do amor e do ódio, da ambiguidade, fala de desespero. No fundo fala de todos!
PR - O Teatro de São Luiz, em Lisboa, serve de palco para a apresentação deste novo trabalho. O espectáculo na
sala lisboeta está marcado para o dia 31 de Março. Que "surpresas" estão reservadas para essa noite?
CB - Essencialmente vão ser apresentados os temas novos de "Não Há Só Tangos em Paris" e haverá algumas incursões noutros discos, porque é dessa música que também se faz a Cristina Branco.
6. Que sensações espera que as pessoas retirem da audição de
" Não Há Só Tangos em Paris"?
CB - Universalidade, acho que é uma boa palavra para definir a minha intenção. Para que as pessoas percebam, que o Fado e o Tango, apesar de geograficamente tão distantes, têm muito em comum.