31/05/2016

CARUMA | Discurso Direto


Passados seis anos, com a rodagem adquirida em dezenas de espetáculos e com uma enorme visibilidade conquistada, a Caruma está de volta, com a edição do segundo álbum de originais, "Hostia de mentol". Neste disco, a banda busca um inconformismo onde a poesia tem de ser verdade e onde a arte dá início à mudança. Caruma quer-se solta, seca e não tem compromissos com quem a escuta.

Portugal Rebelde -  Passados 6 anos do disco de estreia, a Caruma está de regresso aos discos com “Hostia de Mentol”. A que se ficou a dever esta longa espera?

Caruma - Para o bem e para o mal há sempre demoras alheias à banda, logísticas técnicas e afins mas esta espera deve-se principalmente a insatisfações artísticas. A boa notícia é que quanto mais tempo demora, mais tempo tens para aprimorar. 

PR - É verdade, que desde a capa do disco, às letras, em “Hostia de Mentol” tudo é provocação?

Caruma - Não diria provocação. É uma reacção. Não dá para fazer musiquinha da treta nestes tempos, não é possível. Se provoca seja o que for - óptimo.

PR - Assumidamente o universo da Caruma está entre um velho e um novo Portugal? 

Caruma - Acho que sim, estamos todos se calhar. Entre a culpa católica apostólica/portuguesa e a Europa cheia de graça que ninguém sabe onde fica.

PR - Zeca Medeiros é um dos convidados deste disco. Querem falar-nos um pouco deste encontro? 

Caruma - Sim! Foi um encontro tão sintonizado! Os temas que ele canta tinham de ser cantados por ele, não conheço ninguém que conseguisse dar tanta maturidade àquelas mensagens. Sabes deus que tentei e soei sempre a poucochinho. Mandei o barro às paredes de São Miguel e a resposta foi quase imediata e positiva. Adorei! Essa parceria é das coisas que mais gosto neste álbum.

PR - “Boa Educação Imoral” foi o single de avanço escolhido para apresentar este novo trabalho. Este é o tema que melhor encarna o “espirito” de “Hostia de Mentol”?

 Caruma - É. Até porque essa expressão está na letra desse tema. A boa educação de ser carneiro e identificar as entidades que a promovem. Está tão dentro de nós que torna-se difícil falar sobre isso sem usar os tiques disso mesmo. É uma prisão. É por isso que esse poema começa: "saltei para ver". Na tentativa de perspectivar a coisa relativizando. Mas claro - sem sucesso.

PR - Numa frase como caracterizariam este disco”?

Caruma - Está feito. O que as pessoas farão dele é com elas.

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