06/05/2016

YOUTHLESS | Discurso Direto


Os Youthless editaram o seu primeiro álbum “This Glorious No Age” no passado mês Março, através da nosdiscos.pt em Portugal e da Club.the.mamoth / Kartel em Inglaterra. Em 2011 os Youthless começaram a delinear os contornos do esboço de "This Glorious No Age", um LP sustentado em algumas das ideias de Marshall McLuhan acerca da descoberta da electricidade, e acerca de como tamanha façanha teve, e ainda tem, tão profundo impacto em todos nós. Ao segundo disco (o EP "Telemachy" foi editado em 2009), o duo decidiu contar esta história perpassando a História do rock, nomeando as canções em função de famosos duos da música, começando pelo duo acústico psico-folk de Marc Bolan, nos anos 60', e daí escalando década a década até à electrificação contemporânea abstracta dos Lucky Dragons.

Portugal Rebelde -  “Música de e para tempos de incerteza”, é este o mote para o álbum “The Glorious No Age”?

Youthless - Haha… sim podia ser mesmo. Também podia ser “canções sobre pesadelos, esperanças e a belíssima liberação inevitável que vem de ceder a ambos”

PR - “High Places” foi a canção escolhida para single de avanço deste “The Glorious No Age”. Este é o tema que melhor retrata o “espirito” deste disco?

Youthless - A verdade é que não há nehuma música que caracteriza o disco como um todo porque o disco viaja por várias etapas. Acho que o som e estilo mantêm-se fiel pelo disco todo mas as músicas variam muito: do pop energético e optimista a coisas mesmo pesadas e obscuras.

PR - Numa frase como caracterizariam o álbum “The Glorious No Age”?

Youthless - Acho que é um disco com bastantes níveis (ao menos é o que tentámos fazer). Dá para ouvir as músicas num club ou ao vivo e dançar aos pulos, ou ouvir na cama com headphones e viajar e sonhar sonicamente, ou começar a decifrar tudo o que está enterrado nas letras e conceitos das músicas e entrar na história que conta o disco e nas imagens que transporta.

PR - A que se fica a dever a escolha de “The Glorious No Age” para título deste disco?

Youthless - “The Glorious No Age” refere-se a três coisas. Primeiro é só uma brincadeira simples com o nosso nome de banda... “Youthless” quer dizer sem juventude ou sem passado por isso o título “esta gloriosa sem idade” ou “esta gloriosa idade não existente” refere-se a isso. Mas depois também se refere a um dos temas básicos do disco que é a ideia de que estamos a viver uma idade mesmo importante historicamente, à beira de muita mudança e/ou colapso na civilização ocidental mas, de momento, estamos completamente obcecados com o passado, a nível cultural e de ideias, e hipnotizados pelo futuro (tudo o que se passa agora é visto em função da utopia ou apocalismo digital que aí vem). Sinto que não temos noção do presente, tudo culturalmente e esteticamente é caracterizado pelo cut and paste do passado e projeções sobre o futuro. A terceira função do título é fazer referência a um duo de rock “No Age.” Isto é uma coisa que fazemos em muitos dos títulos do disco, fazer referências a duos de rock desde os anos 60 até o presente, para mostrar uma viagem sónica do velho mundo até o presente e futuro.

PR - Para terminar, o que é que o público pode esperar dos Youthless ao vivo? 

Youthless - Ao vivo é sempre diferente… Às vezes é mais caos completo com disfarces, nudez, sangue e mosh, às vezes é muito focado e mais uma viagem sónica. Eu acho que depende muito do dia e da condição em que estamos. Normalmente tentamos um pouco das duas coisas.

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