Depois de «Pão Quente e Bacalhau Cru», os Macadame apresentam «Firmamento» o segundo disco da banda. Este é o resultado de dois anos de trabalho intenso e a prova disso é a frescura nas abordagens musicais propostas. Os Macadame são uma banda de Coimbra formada por Vânia Couto na voz, Alexandre Barros na viola braguesa, Rui Macedo na guitarra elétrica, Paulo Yoshida no baixo, João Fong na programação e teclados e Ana Biscaia na ilustração.
Portugal Rebelde - Depois de «Pão Quente e Bacalhau Cru», os Macadame apresentam «Firmamento» o segundo disco da banda. Que “caminhos” musicais percorrem neste novo trabalho?
Macadame - Como no «Pão Quente e Bacalhau Cru», continuamos a trabalhar sobre a música tradicional. Neste disco, no entanto, além de temas inteiramente tradicionais (letra e música), fizemos algumas músicas originais para poemas do cancioneiro tradicional e também letras nossas para músicas tradicionais. Mas a matriz continua a mesma, dar à música tradicional um formato mais contemporâneo.
PR - Os Macadame partem sempre do universo popular português, que conhecem bem, e entretecem-no com sonoridades eletrónicas e grafismos contemporâneos. Esta é uma forma de redescobrir a música tradicional portuguesa?
Macadame - A nossa cultura popular é tão rica que todas as ajudas são poucas. Mas gostamos de pensar que pelo menos algumas das pessoas que nos ouvem vão depois à procura de mais, que ajudamos a desvendar uma pequena parte desse universo tão vasto e bonito.
PR - “Quero-te bem”, um tema do cancioneiro dos Açores, foi o single escolhido para apresentar este novo trabalho. Esta é a melhor “porta de entrada” para descobrir este “Firmamento”?
Macadame - Este foi o tema que reuniu maior consenso, mesmo entre amigos nossos que ouviram o disco antes de o lançarmos. É uma boa porta de entrada por ser um tema mais ligeiro, mesmo na letra. Mas haveria outros como o “Vai de Roda”, mais tradicional, ou o “Manda Voltar” mais interventivo.
PR - Este segundo trabalho conta com a produção de Miguel Ferreira (Clã). Querem falar-nos deste encontro?
Macadame - Conhecemos o Miguel quase por acaso, mas quando falámos em ter um produtor para este disco foi logo a pessoa em que pensámos. Para este segundo trabalho, era inevitável ter alguém que, de fora, nos pudesse indicar o melhor caminho para o que queríamos fazer em termos de ambientes e sonoridades. Também queríamos alguém que trabalhasse fora da área da música tradicional. O Miguel funciona a mil à hora o que nos obriga a trabalhar a 1100. Foi uma ajuda inestimável e achamos que se nota bem na qualidade do “Firmamento”.
PR - Numa frase como caracterizariam este segundo trabalho?
Macadame - O "Firmamento" pauta-se pela clarividência e leveza sonora na busca harmoniosa entre o rural e o urbano.
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