11/04/2017

RODRIGO SERRÃO | Discurso Direto


Rodrigo Serrão apresentar-se-á em concerto dia 15 de Abril no Convento da Santa Cruz  (Bussaco), espaço carregado de simbolismo desde a sua construção em 1639, dedicado à prática eremítica dos Carmelitas Descalços. O músico convidará o público a percorrer consigo os recantos emocionais mais profundos da alma, abordando temas como “Hei-de Amar-te a Vida Inteira”, “A minha Gente” ou “Regresso a Casa”, temas que fazem parte do seu disco de estreia,  "Stick to The Music. Hoje Rodrigo Serrão é meu convidado em "Discurso Direto".

Portugal Rebelde - Antes de mais, que instrumento é este que descobrimos no álbum Stick to the Music? 

Rodrigo Serrão - É o menino dos meus olhos: um instrumento de cordas em que, pela primeira vez na história da música, atinge uma amplitude de frequências (da mais grave à mais aguda) equiparável apenas ao piano. Timbricamente será uma mistura de um baixo com uma guitarra, em termos de abordagem é completamente pianístico: produzem-se notas com todos os dedos de ambas as mãos o que permite que se auto-acompanhe sem necessidade de outros instrumentos.

PR - Habituado a tocar na companhia dos maiores artistas portugueses, do Jazz ao Fado, da Pop à World Music, este “Stick to the Music” foi para si um desafio?

Rodrigo Serrão - Foi com certeza, diria mesmo que o maior até à data. Em primeiro lugar pela dificuldade inerente ao próprio instrumento e ao tempo necessário para o dominar. Em segundo pela necessidade, assumida, de não me permitir quaisquer máscaras: ao fim de tantos discos e ideias filtradas pelos gostos e necessidades de outras pessoas, é sempre um desafio muito grande expôr ao resto do mundo quem na verdade somos e aquilo de que gostamos, sem concessões.

PR - O disco conta com as participações de Fernanda Paulo, Maria Ana Bobone e Joana Pessoa. Quer falar-nos um pouco destes “encontros”?

Rodrigo Serrão - Qualquer uma delas, em primeiro lugar, pelas enormes qualidades pessoais: são mulheres que admiro e por quem tenho uma profunda amizade. Depois porque em termos artísticos me permitiam explorar e revisitar caminhos que me são muito caros: a Fernanda com a poesia falada em vez de cantada, a Maria Ana porque é dona de um tal talento que na sua companhia tudo ganha uma dimensão sobrenatural; a Joana porque faz parte do meu percurso enquanto produtor musical – estive nos seus primeiros discos, fazia questão que aqui estivesse ao meu lado.

PR - Qual é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste disco?

Rodrigo Serrão - Difícil, muito difícil essa questão... Diria que o espírito deste disco é o resultado da sua própria história. São as músicas que ao longo de um ano fui adaptando ao instrumento, músicas escolhidas a dedo mas de forma quase casual: “porque sim”, porque ”agora me apetece esta”, ou então, “porque me falta tocar Bach” ou porque a “música não faz sentido sem Carlos Paredes”... Ou porque o amor é eterno e intemporal e queria mesmo dizer isso...



PR - Numa frase apenas como caracterizaria este “Stick to the Music”?

Rodrigo Serrão - Terá que ser uma frase que só faz sentido num ponto de vista muito pessoal: A maior diversão e dose de amor investida num único projecto.

PR - Já teve oportunidade de apresentar as canções deste disco. Qual foi o “feedback” que recebeu do público?

Rodrigo Serrão - O feedback tem sido extraordinário. Faço aqui uma confissão: o disco só existe porque, desde o primeiro tema, no primeiro vídeo publicado online, houve uma multidão de gente que se encantou e foi exigindo mais, cada vez mais e melhor. Gente sem qualquer ligação pessoal a quem apenas a música tocou. Se o disco é o fruto do meu encantamento com o instrumento e com aquilo que tenho vontade de fazer musicalmente, ele apenas existe porque existe gente a quem esta música toca e que se identificam com a sonoridade dele. Nos espectáculos é o mesmo... mas maior! A viagem é colectiva. 


1 comentário:

Anónimo disse...

..Tão profundamente "DOCE E TERNA "...

...E aquela MAGIA ...que "soa" !!

..MÙSICA :::POEMA !!!

ADOREI....

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