21/03/2023

FATSPOON | "Erótico e Sensual (feat. David Bruno)"


Fatspoon lançam novo single com David Bruno, “Erótico e Sensual” que nos traz a irreverência do artista convidado e a sonoridade jazz característica da banda, num alternativo indie bastante sensual, passemos a redundância. Fatspoon teve a típica génese de uma banda de amigos que partilhava o gosto por música instrumental (2018). Depois de definida a identidade da banda, o processo criativo passou a ser mais conceptual, baseado nas maquetes compostas por Miguel Pinto (baixo). 

Posteriormente polidas na sala de ensaio por Gonçalo Palmas (teclado) e Zandré Dinis (bateria), foi complementado por Pedro Nadais (guitarra) e Tiago Pinto (guitarra). Em 2020, a banda editou somente em formato físico, um disco de música instrumental. Por influência de André Indiana (2021), que é o produtor do novo álbum, esta visão instrumental alargou passando a contemplar canções e letras. 

Desta necessidade nasce a sinergia com Edu Mundo (Fogo Fogo, Cordel), e da mesma forma se acolheu o contributo vocal da Helena Neto (Expensive Soul). Esta base acabou por definir o processo de produção do novo álbum, que se divide em temas que individualmente pediam contribuições específicas. Foram beber à irreverência de David Bruno, ao "tropicalismo" de Tiago Nacarato, aos conceitos de Edu Mundo e à entrega de Jake Miagra. Da mesma maneira incorporam a energia de Helena Neto, o timbre de Bruna Moreira e a perícia de Zé Nuno. O álbum desenvolvido ao longo dos últimos dois anos será composto por oito faixas, sendo duas destas instrumentais. 

Para além das participações já mencionadas, conta ainda com um quarteto de cordas, um solo de Hammond de João Salcedo e uma secção de sopros composta por Samuel Silva, João Seco e João Sousa (Marta Ren).

 

LUCA ARGEL | "Sabina"

Foto: Vera Marmelo

Dois anos depois de apresentar “Samba de Guerrilha”, Luca Argel está de regresso às edições com “Sabina”, o quarto álbum de originais, onde recupera e homenageia a história e o mito de uma quitandeira que foi símbolo da persistência do racismo após a abolição da escravatura e exemplo da solidariedade de rua que, historicamente, o enfrentou. 

Um álbum que nasce da encruzilhada onde o mito e a história se encontram, resgatando o passado como projeção de todas as lutas do presente. Se em “Samba de Guerrilha” Luca resgata a história política do samba, dos seus protagonistas e do papel preponderante que desempenharam na luta contra a escravatura, o racismo, a pobreza e a ditadura militar, em “Sabina” o foco é dirigido ao “corpo encantado das ruas” e aos atores e atrizes da vida quotidiana onde a história se desenrola, constrói e disputa para lá das narrativas oficiais. 

A viagem sonora pela aventura de Sabina foi editada em Vinil, CD, e plataformas digitais no dia 22 de Fevereiro de 2023, complementada por uma edição em banda desenhada, ilustrada pelo artista brasileiro Allan Matias. É apresentada ao vivo no dia 23 de Março no b.Leza em Lisboa e no dia 26 de Março no Novo Ático - Coliseu Porto Ageas no Porto.

MILTO GULLI | Village Underground Lisboa

20/03/2023

ANÍBAL ZOLA APRESENTA NOVO SINGLE E SEGUNDA EDIÇÃO DO DISCO “QUEM SAI AOS SEUS”


Um ano depois da chegada de “Quem Sai aos Seus”, Aníbal Zola volta a reunir os amigos para uma festa de lançamento da segunda edição desse mesmo disco, muito bem recebido pelo público e crítica. O concerto vai acontecer no dia 15 de Abril no Auditório CCOP, no Porto, às 21.00h, e vai contar com a participação de Fado Bicha e Armindo Sousa. 

No concerto em sexteto, o disco será tocado na íntegra com algumas surpresas pelo meio. No final de Março, o contrabaixista e cantautor apresenta o novo single “Uma noite de S. João”: uma música que descreve uma noite de São João real de uma forma fantasiada, exagerando e inventando a verdadeira dimensão dos eventos. 

O vídeo foi realizado pela Joana Jorge da Ficus Films e representa uma noite desta festa popular vivida por uma pessoa sozinha em sua casa, invertendo a perspetiva aumentada e idealizada que a letra descreve. O personagem deste vídeo foi interpretado pelo ator André Júlio Teixeira. 

No concerto de 15 de Abril Aníbal Zola estará acompanhado pelos músicos, André Mariano (Bateria, percussões, Guitarra portuguesa e vozes), Juan de la Fuente (Percussões), Romain Valentino (Guitarra clássica e elétrica, cavaquinho e vozes), Ivo Pinho (Clarinete) e Klénio Barros (Trombone). 

Bilhetes para o concerto à venda em Bol.pt | € 10

O GAJO | "Não Lugar"


“Não lugar” é o título do novo disco d'O Gajo que é lançado esta 6ª feira, dia 24 de março com edição digital da Lusitanian e física da Rastilho Records. Este trabalho inclui os singles "Tarântula" e "Yanda Djuntu" com participação de Braima Galissá. Depois de "Longe do Chão" (2017), do quádruplo EP "As 4 Estações do Gajo" (2019) e “Subterrâneos” (2021), este novo disco leva O Gajo e a Viola Campaniça numa viagem por sonoridades de todo o mundo, acompanhados por convidados que trazem consigo novas influências, instrumentos e paisagens. 

Este novo disco d'O Gajo surge como uma proposta de itinerário para a escuta de uma história transcultural do cordofone tradicional procedente da região do Alentejo, a viola Campaniça. Partindo desta premissa, em "Não Lugar" são (re)lançadas outras sonoridades, entretecidas por múltiplos lugares de experimentação e de encontros, fundados na aventura da descoberta do outro e dos outros; da alteridade íntima, situada alhures, em lugares longínquos, e no tempo e espaço concretos, entre o outrora e o agora. Para esta viagem de exploração da Viola Campaniça num encontro com sonoridades do mundo foram convidados seis artistas com modos de circulação específicos na música do mundo contemporâneo. 

É neste lugar transitório que as expressões da korá guineense por Braima Galissá, da viola ressonadora brasileira de Ricardo Vignini, da viola braguesa de Vasco Casais (Omiri), do Electric Saz turco de Thomas Attar Belier, da Sitar de Luís Simões (Satúrnia) e da voz de Kátia Leonardo, referem um acontecimento particular. Este exprime-se nas transferências de sons e da proliferação daquilo a que se convencionou chamar “não lugar”.

B FACHADA | Coimbra


Escreve canções que dão mostras de ser recebidas como ciência social, mas o inverso também é verdadeiro. Tem muitos descendentes, mas é mais que a soma dos por si influenciados. Na música popular portuguesa do século XXI não há outra figura como B Fachada, o nome artístico de Bernardo Fachada, compositor, multi-instrumentista, produtor. Nascido em 1984, estudou música no Instituto Gregoriano de Lisboa e aprendeu piano. Mais tarde, frequentou a escola do Hot Clube de Portugal e, na Universidade, cursou Estudos Portugueses. 

Desde 2007 tem-se notabilizado por um espantoso, e até certo ponto impiedoso, ritmo de edições, através do qual frequentemente subverte o cânone e converte os dogmáticos, baralha as expetativas e expetora a maralha, coça rótulos, caça ruturas. Entre formatos físico e digital, lançou cinco EP (destacando-se o remoto “Viola Braguesa”, uma reflexão sobre o conceito da tradição e suas traições, ou o split com as Pega Monstro, de 2015, em reflexo da amizade e acuidade estética), três mini álbuns charneira (“Há Festa na Moradia”, que teve edição física em vinil, “Deus, Pátria e Família”, que aparentou parar o país, e “O Fim”, com que anunciou uma pausa sabática) e sete registos de longa-duração (da discussão das questões de moral associadas ao universo infanto-juvenil de “B Fachada é Pra Meninos” ao manifesto de pop batumada que foi “Criôlo” passando pelo homónimo de 2014, criado com recurso a samples burilados, programações barrocas, batidas apátridas, chegando à obra-prima “Rapazes e Raposas” lançada sem aviso prévio no ano biruta de 2020). O seu impacto conjunto testa os limites daquilo que, neste domínio, se entende por produção cultural. 

Entre 2009 e 2012, fez também parte da banda Diabo na Cruz, com a qual percorreu o país de lés a lés. Ainda em início de carreira, o realizador Tiago Pereira dedicou-lhe o documentário “Tradição Oral Contemporânea”. Com Minta e João Correia lançou uma versão integral do álbum “Os Sobreviventes”, de Sérgio Godinho, com quem já atuou ao vivo. Dividiu igualmente palcos com Dead Combo, Lula Pena, Manel Cruz, Manuela Azevedo, Márcia, Norberto Lobo, Nuno Prata ou Samuel Úria. Fez primeiras partes para Kurt Vile e Vashti Bunyan. Tocou ocasionalmente fora de portas, em Berlim, Barcelona ou Praga, mas nunca foi ao Brasil, onde possui uma dedicada legião de fãs. Apresentou-se nas mais emblemáticas salas de espetáculo portuguesas, mas muitos recordam com mais carinho as atuações divulgadas em cima da hora, em inesperados espaços que continuamente esgotam. 

E além de se ler tudo o que sobre a sua carreira foi escrito – num dossiê de imprensa sem paralelo entre os seus pares – ou de se testemunhar o ato de comunhão em que se transformaram os seus concertos, basta seguir as sedes virtuais em que opera para se compreender tratar-se de um autor tão ouvido quanto vivido. Talvez por isso se diga que a sua obra é indistinguível de quem a consome. Ou que biografia e alegoria são inseparáveis na sua contundente escrita. Mas, se perto de uma década de atividade artística profissional independente sugere alguma coisa é a de que, como poucos, Fachada está interessado em questionar convenções no seu próprio tom, no seu próprio tempo, nos seus próprios termos.

23 e 24 de Março | Salão Brazil, Coimbra (22.00h)

19/03/2023

22 CONCERTOS CRUZAM DIFERENTES GEOGRAFIAS E ESTÉTICAS NA 10ª EDIÇÃO DO WESTWAY LAB, EM GUIMARÃES


10 anos a impulsionar a criação, a comunhão musical entre artistas num abraço coletivo com o público, e o intercâmbio de conhecimento no setor da música. Este pode ser um resumo do caminho trilhado pelo Westway LAB desde o seu nascimento (2014) até ao presente, mantendo aceso o foco em ideias fortes sobre o (nosso) futuro. 

Desde o seu início, a música respira por múltiplos poros e toma várias formas e formatos de apresentação no Westway LAB, que em 2023 apresenta 22 concertos, incluindo 5 momentos originais a estrear nesta edição, chamando à cena nomes como Linda Martini, B Fachada, Criatura, Rita Vian, Redoma, Ana Lua Caiano, Azar Azar, Nacho Vegas, La Furia, Catarina Munhá, entre muitos outros que se preparam para navegar juntamente com o público por 3 palcos do Centro Cultural Vila Flor e outras 5 localizações emblemáticas na cidade. A edição da década arranca com o projeto de criação Edgarbeck, nascido da colaboração de Rui Souza (Dada Garbeck) com Edgar Valente (Criatura/Bandua), que estreia a 12 de abril na abertura desta 10ª edição. 

A venda antecipada de passes gerais a um preço especial (20 euros) terminou hoje, dia 19 de Março e ultrapassou todas as expetativas, tendo sido vendidos 85% dos passes disponíveis. Durante esta semana, o passe geral para os concertos das noites de 14 e 15 de Abril terá o preço 25 euros.

ST. JAMES PARK | "Tempest"


O músico e produtor St. James Park lançou, a 17 de Março, o seu novo single “Tempest” em colaboração com o norte-americano FKAjazz e com selo Cosmic Burger. Esta faixa vem do mesmo período de composição do último lançamento do artista, “Ocean”, e os temas com que lida são análogos. Durante a altura conturbada que foi a pandemia, St. James Park debruçou-se, uma vez mais, sobre as ondulações da natureza humana. Se “Ocean” foi uma reflexão, “Tempest” chega como um prenúncio de tempestade catártica que nos é anunciado através de um “slow build” entre piano e sopros. 

A colaboração com FKAjazz surgiu da necessidade de construir mais textura na música. Depois de se cruzarem pelas redes sociais, os dois músicos começaram a trabalhar à distância - fruto não só da geografia, mas também dos tempos - e a faixa depressa começou a ganhar corpo e alma. A capa para “Tempest” mostra também a sua continuidade com “Ocean”, visto que parte da peça da artista plástica Ana Monteiro usada no single anterior, desta vez recriada através da utilização de Inteligência Artificial. Já é possível encontrar “Tempest” nas habituais plataformas digitais.

RITA ONOFRE APRESENTA "HIPERSENSÍVEL" EM LISBOA


Depois do lançamento do EP de estreia, “Raiz”, em 2021, e os primeiros singles “Perdoei” e “Rancor”, Rita Onofre desvenda agora “hipersensível”. O primeiro longa-duração da artista foi editado a 17 de fevereiro e já tem data marcada para a estreia ao vivo, a 24 de Março, na Galeria Zé dos Bois em Lisboa. Em “hipersensível” esperam-se 10 temas autobiográficos, de reflexão pessoal e com um olhar mais íntimo sobre a vida da artista. Um disco fruto de dois retiros a que Rita Onofre se propôs e que lhe deram espaço à introspeção, dando também o mote para o nome do álbum. 

Procurar dizer a verdade é o que une estas canções. Sinto tudo, muito. Para o que há de bom e de mau, e escrever músicas é terapia. Libertar e tornar mais leve, processar e transformar. E foi esse o caminho destas canções também” explica a artista, e ainda “Em cada arranjo para os concertos o Choro, o NED, o miguele e o Pedro encontraram o seu lugar, incluíram a sua voz e tudo ganhou uma dimensão sonora que eu nunca tinha imaginado. Sempre generosos”. Além disso, “o álbum inclui um só dueto, com o miguele - um sonho antigo este de cantar com ele. Escrevemos a dois esta “Curto prazo”, um processo que amei.”

18/03/2023

BALLA | "Cãs"


Depois de em Fevereiro terem editado as regravações de “Construí Ruínas“ e “Uma sede“, e de na primeira semana de Março terem lançado "Segredos", primeiro avanço de "Cãs" os Balla lançam agora o seu sétimo álbum de originais, disponível em todas as plataformas de streaming. "Cãs" que vê agora a luz do dia, tipifica calma, consciência de escolhas, conhecimentos acumulados, sabedoria, mas ao mesmo tempo a aceitação de que a procura será eterna. 

E é nessa procura que está assente este novo disco de Balla. O processo de criação deste trabalho foi um pouco diferente dos restantes, como explica Armando Teixeira: “A composição deste disco atravessou a pandemia. E, como a tantos, esta também mudou a minha vida. Um ouvido atento, notará essas mudanças. E aconteceram tantas. Não deixa de ser extraordinário como a vida das pessoas pode mudar tanto numa altura onde deveríamos ficar parados. Até nos podem obrigar a não sair de casa mas ninguém consegue confinar o pensamento. Este foi o ambiente onde se finalizou este “Cãs”, um tempo de introspeção e descoberta. Do pré ao pós pandemia, é esta a narrativa que as canções deste disco acompanham.” 

O 7º Álbum de Balla é um disco onde a eletrónica e os sintetizadores convivem com as guitarras, baixo e bateria. A influência maior deste “Cãs” é a electrónica suja dos finais de 1970, transposta para os dias de hoje. Discos seminais como “The Idiot” de Iggy Pop, “Low” de David Bowie ou “Suicide” dos Suicide continuam presentes e a ensombrar o imaginário da banda. Mas o futuro é hoje e neste álbum convivem os mais modernos instrumentos eletrónicos com os clássicos sintetizadores analógicos que uma carreira de quase trinta anos permitiu acumular. 

Para marcar este regresso e o lançamento deste novo trabalho estão marcadas, para este mês de Março, três datas de apresentação: Lisboa, Porto e Coimbra.

EVACIGANA | "Fiasco"

Foto: Joana Tomás

Depois da fortuna, como é que se lida com o fiasco? No caso de EVACIGANA, faz-se o primeiro disco. Os polos do som da banda alargam-se. Se outrora o rock piscava o olho à pop, agora a relação é assumida e feliz. Mas não se pense que um dos noivos se aprumou muito… As canções simplificaram-se, mas a meiguice e acessibilidade das mesmas encontra-se bem embrulhada por um papel rugoso e áspero. Oiça-se, por exemplo, o início vertiginoso de “Dobra”, tema que abre o álbum. 

Um choque epiléptico de guitarras e bateria, num riff punk que nos arrasta desenfreadamente e implode num apaziguador verso shoegaze, até se transformar num refrão orelhudo e pegajoso, que teima em descolar. Em contraste, “Anáguas”, o primeiro single do disco, é pop que se desdobra numa colorida sequência de guitarras cintilantes, conduzidas por uma secção rítmica a pulsar, num jogo de espaços permanente onde as duas vozes guiam as melodias a um auge de euforia caleidoscópica. 

É no meio destas contradições e aparente desconforto, que ao longo dos dez temas que compõem Fiasco, os EVACIGANA continuam a vincar ainda mais a sua peculiar identidade e colorida paleta sonora. "Fiasco" é editado dia 24 de Março de 2023, foi misturado por Guilherme Gonçalves (Keep Razors Sharp, Cabrita, The Legendary Tigerman) e masterizado por Clara Araújo na Arda Recorders. 

O disco vai ser apresentado ao vivo nos dias 23 de Março no Spacy Bar/ Disco nas Caldas da Rainha (com HETTA), 24 de Março no Festival PN no Pinhal Novo, 25 de Março no Cave Avenida em Viana do Castelo, 15 de Abril na SHE em Évora, 21 de Abril no Texas Bar em Leiria, 22 de Abril no CRU em Famalicão, 27 de Abril no Disgraça em Lisboa, 4 de Maio no Maus Hábitos no Porto e 2 de Junho no Mercado Negro em Aveiro.

17/03/2023

GISELA JOÃO | "Hostel da Mariquinhas"


Depois de figurar como faixa extra da edição em vinil de "AuRora" - o mais recente álbum da artista - Gisela João disponibiliza agora nas plataformas digitais "Hostel da Mariquinhas". Amália Rodrigues atualizou "A Casa da Mariquinhas" de Alfredo Marceneiro em "Vou Dar de Beber à Dor" - canção que ficou então conhecida do grande público. Desta feita, agarrando a versão de Amália e recuperando a origem de Marceneiro, Capicua reinventou mais uma vez a letra deste clássico. Gisela João canta, assim, o "Hostel da Mariquinhas", uma sátira à gentrificação da cidade de Lisboa. 

Em 2013, no seu primeiro disco, a fadista já tinha apresentado [A Casa da] Mariquinhas, que refletia o que se passava em Portugal naquele período - um Portugal esquecido de si próprio. “Este Hostel da Mariquinhas é um espelho da situação atual do meu país. A Ana [Capicua] escreveu esta letra numa crónica para uma revista, e eu pedi-lhe imediatamente para a gravar. Fiquei desde logo impactada com a escrita da Ana, mais do que necessária”, comentou a artista. 

Numa altura em que a crise imobiliária está na ordem do dia, com os portugueses a serem progressivamente afastados para a periferia, o "Hostel da Mariquinhas" não podia ter uma mensagem mais atual. Com a escrita afiada de Capicua, a interpretação intensa e expressiva de Gisela João enaltece a crítica jocosa a um país que é, cada vez mais, “para inglês ver”.

CARLOS DO CARMO | "Duetos"

Ao longo de todo o seu percurso, Carlos do Carmo nunca se coibiu de partilhar o palco e o estúdio com outras vozes. Lembremo-nos, por exemplo, do álbum “Fado É Amor”, todo composto por duetos com alguns dos melhores intérpretes de fado da atualidade. Chegou hoje às lojas uma nova compilação de duetos de Carlos do Carmo, que são a prova viva de como o fadista encarava a música, sempre privilegiando a partilha com o outro, a comunhão. 

Esta nova compilação inicia-se com “Fotos do Fogo”, em dueto com Sérgio Godinho e Camané e que fez parte, originalmente, da compilação “O Irmão do Meio”, de Sérgio Godinho. Recuperamos ainda o célebre “Fado Tropical”, um tema original de Chico Buarque que foi interpretado em dueto com Carlos do Carmo para o filme “Fados”, de Carlos Saura. “Lisboa, Menina e Moça”, que foi escrita por Paulo de Carvalho para o fadista, surge nesta nova compilação em dueto entre estas duas vozes que trabalharam recorrentemente a dois. 

Ao longo desta compilação encontramos vozes de vários géneros e latitudes geográficas, desde Marco Rodrigues com “O Homem do Saldanha” (tema que integrou, originalmente, o álbum “Tantas Lisboas”, de Marco Rodrigues), a Pedro Abrunhosa com “Manhã”, passando por Dany Silva com “São Crianças” ou pela versão do clássico “O Cacilheiro” pelo produtor de hip hop Stereossauro com The Legedary Tigerman, Ricardo Gordo e, claro, Carlos do Carmo. “Duetos” de Carlos do Carmo é o espelho de como a influência do fadista não conheceu barreiras. A compilação chegou hoje às lojas e todas as plataformas digitais.

JOANA ALMEIRANTE | “Leva-me Para Longe”


Joana Almeirante acaba de editar o seu álbum de estreia, “Leva-me Para Longe”. O longa duração da cantora, compositora e guitarrista, conta com 11 faixas e já se encontra disponível para escuta em todas as plataformas digitais. 

Depois de editar o EP de estreia “Ilusão”, em 2022, que trouxe até ao público singles de sucesso como “Bem Me Quer”, “Tão Cedo Não é Amanhã”, "Mera Ilusão", ou “A Tua Namorada”, Joana Almeirante, volta a mostrar a sua versatilidade, assim como domínio e conhecimento absoluto não só nas guitarras, como no cavaquinho e no piano. Já a voz doce com que conquistou os fãs volta a ser predominante em todo o disco. 

Em Abril é altura de voltar a subir ao palco em nome próprio para apresentar o seu novo trabalho de estúdio, estreando-se em duas emblemáticas salas nacionais. Dia 01 de Abril atua no Auditório do Casino Estoril e dia 06 do mesmo mês na Sala Suggia da Casa da Música. A seu lado contará com convidados especiais. No Estoril faz-se acompanhar em palco por Mafalda Veiga, Nena e João Só, e no Porto por Miguel Araújo, Os Quatro e Meia e Bárbara Tinoco.

16/03/2023

ÉME E MOXILA | "Estocolmo 1984"


Para celebrar um ano da edição do seu primeiro trabalho em conjunto, Éme e Moxila voltam aos concertos e editam um single duplo a 24 de Março, intitulado "Corta Mato". A primeira destas duas novas músicas, "Estocolmo 1984", é uma homenagem a Fernando Mamede. 

"Estocolmo 1984" foi gravado em casa por Éme e Moxila, com o baixo de Lourenço Crespo e mistura de João Oliveira. A canção conta a história do lendário Fernando Mamede e da prova que lhe valeu o primeiro recorde mundial do atletismo português, numa homenagem honesta ao atleta. 

A reflexão sobre desporto, saúde mental e a dicotomia vencer/falhar traz à memória temas como "Tonya Harding" de Sufjan Stevens ou o storytelling de “Hurricane” do nobelizado Bob Dylan, mas reflete sobre uma personagem-tipo do ideário nacional num tom cru e caseiro imediatamente reconhecível como Éme e Moxila. O vídeo, concebido pelo Éme, é uma recolha de imagens de arquivo da RTP que intercala a memorável corrida de Estocolmo com outras imagens do atleta português. 

Os concertos realizar-se-ão no dia 1 de Abril na Casa da Cultura de Setúbal e 12 de Abril no Musicbox em Lisboa; este com a primeira parte a cargo de Filipe, parceiro de Moxila nos muito-provavelmente-regressados-para-este-concerto Sr. Eduardo Urso.

 
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