A dupla João Gil (música) e João Monge (letras) visitou, vezes sem conta, a música popular, o rock, a pop e os seus cruzamentos. E também, em algumas canções, o fado.
Em 2009, lançaram "Fados de Amor e Pecado", um álbum de fado que é mesmo fado e que contou com a cumplicidade da fadista Ana Sofia Varela, tal como acontece neste concerto na Casa da Música.
O trabalho discográfico foi recentemente distinguido com o Prémio Amália Rodrigues para melhor álbum do ano.
Ainda nos anos 90, João Gil e João Monge atreveram-se a escrever o seu primeiro fado, "Estranha Vontade", para a voz de Amália Rodrigues, que acabaria por não o gravar, tendo sido incluído depois no reportório da Ala dos Namorados.
Para o mesmo grupo, foram compostos outros temas que surgem em Fados de Amor e Pecado, como a canção que deu o mote para este título e ainda "Lua de Todos".
Os outros nove fados são inéditos compostos por João Monge e João Gil durante a última década.
Depois de descobrir um sem número de canções inspiradas em Amália Rodrigues, Tiago Torres da Silva dirige um concerto em que as mesmas canções revivem em três vozes que, nas suas carreiras, olharam para o fado sem nunca lhe pertencerem: o brasileiro Edson Cordeiro que, no seu espectáculo de homenagem à voz, incluiu um grande segmento dedicado à voz de Amália; a espanhola Maria Berasarte, que recentemente lançou o disco "Todas las horas san viejas", com fados tradicionais cantados em espanhol, e a portuguesa Anamar, pioneira na fusão da pop com o fado.
Da pesquisa de Tiago Torres da Silva nasceu este espectáculo encomendado pela Casa da Música, onde se juntam muitos olhares externos sobre a fadista.
São canções em português do Brasil, em francês, em espanhol, em galego – sambas, baladas, marchas, fados, canções pop.
De Amália – voz de todos nós, de António Variações, a "Un fado... Amália", de Juan Pardo, de Quando a Amália acontece, popularizado por Carlos Zel, até "Un tranvia de flores para Amália", da galega Maria do Céo, do samba-enredo que a Escola de Samba Unidos da Tijuca dedicou à fadista até à inevitável marcha que diz: “ouviu cantar a Amália e então sonhou que era a saudade aquela voz que ouvia”.
17 de Julho - Fado na Praça, Porto (21.00h)
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