12/02/2011

MÁRCIA | Discurso Directo


Hoje o Portugal Rebelde "Dá" a conhecer o álbum de estreia de Márcia, um disco com canções à beira de tudo. Em "Discurso Directo", a cantautora revela-nos um disco generoso e agradavelmente ingénuo.

Portugal Rebelde -  Depois do EP lançado em 2009 pela Optimus Discos, "Dá" é o disco que a Márcia sempre "sonhou" gravar?

Márcia - Sim. É um disco que tinha pensado há muito, mas que não podia concretizar mais cedo. Acredito que aconteceu no momento certo.

PR -  "Dá" é um daqueles discos de que é fácil gostar á primeira audição. Tem recebido esse "feedback" do público? O que lhe dizem os seus seguidores?

Márcia - Tenho precisamente esse feedback. Há muita gente a felicitar os arranjos e a sonoridade do disco. Entre amigos e conhecidos, muitos deles tinham uma grande curiosidade sobre o que seria este disco, antes de sair, e dizem-se surpreendidos. Algumas pessoas referem-se mais às letras, pedem-me as versões a solo e agradecem-me ter-lhes Dado este disco.No fundo acho que todos ficámos muito felizes com o resultado.

PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizaria este disco de estreia?

Márcia - Generoso, rico, e agradavelmente ingénuo.

PR -  "Dá" foi produzido por walter Benjamim e João Paulo Feliciano. O resultado final deste disco, fica muito a dever-se a estes "cúmplices"?

Márcia - Sim. Foi uma junção perfeita, para mim. Tanto o João Paulo Feliciano como o Luís Nunes (W.B) têm uma grande bagagem musical, e são bastante criteriosos com a sonoridade e a estética do que fazem. O Luís criou grande parte dos arranjos, de um forma muito divertida e fresca, mas séria ao mesmo tempo. Foi uma altura muito entusiasmante em que andei, ora por Londres, ora pelo Skype a trabalhar com ele. O João Paulo acompanhou todo o processo e criou ele próprio algumas soluções fundamentais e também arranjos nas músicas, e tudo isto culminou na gravação do disco, no estúdio dele, num ambiente de festa e calor de verão. Foram os cúmplices perfeitos para realizar o que eu nem tinha imaginado.

PR -  Para além do seu projecto, é também uma das vozes dos Real Combo Lisbonense. Este é seu lado mais extrovertido?

Márcia - Tenho facilidade em divertir-me entre amigos, gosto de brincar e de rir. No RCL, somos dez pessoas a tocar juntos há mais de dois anos, e quando o público nos "dá corda", fazemos dos concertos uma festa. A Ana Brandão é talvez a cúmplice mais importante nestes momentos, por vários factores. É muito fácil ser-se extrovertido no meio de amigos. Mas também gosto de estar com eles em silêncio e calma. Tudo são momentos que fazem parte da vida.

PR -  Nuno Miguel Guedes, disse que a sua música é um local onde se vive sempre à beira de alguma coisa: à beira do sorriso, à beira do choro, à beira do grito, à beira da tristeza, à beira da paz e da guerra. É mesmo assim Márcia?

Márcia - Acho que Nuno Miguel Guedes utilizou esta imagem para falar de um ingrediente que reconheço nas minhas letras e músicas, e talvez em mim própria. Há sempre uma indicação de mudança, e isso representa um universo de possibilidades. Nada é garantido, nem estável, nem perene. Por isso acredito sempre que não estamos condenados ao que quer que seja. Tudo muda. E isso é bom.

Sem comentários:

/>