É com o Pé na (nossa) Terra, que o Portugal Rebelde vos convida a conhecer o hoje o álbum "13", o segundo trabalho do grupo de Música Tradicional Portuguesa, Pé na Terra. O Portugal Rebelde, esteve à conversa com o grupo, e desvenda-lhe agora em Discurso Directo os segredos da "Folk" criada no Porto.
Portugal Rebelde - Seguindo o fio condutor do vosso primeiro trabalho onde homenagearam José Afonso, os Pé na Terra juntam neste disco três versões de temas originalmente interpretados por Adriano Correia de Oliveira [“Mãos", “Fala do Homem Nascido” e “E Alegre se Fez Triste”]. Foi uma forma de homenagearem Adriano Correia de Oliveira?
Tiago Soares - Foi nossa intenção, sim! Em 2009, através da Associação Adriano Correia de Oliveira, foi-nos proposto actuar num concerto em homenagem ao cantautor e dessa forma, reinterpretamos 3 temas da vastíssima obra dele. E gostamos tanto do resultado final das músicas e passaram a dizer-nos tanto que não poderíamos deixar de as incluir neste CD. Assim como o Zeca, o Adriano deixou um grande legado com a sua obra e nunca é demais relembrar todos os artistas que marcaram uma geração de ouro para a música Portuguesa.
PR - O grupo cruza neste disco temas tradicionais (“Vira dos Seis” ou a “Farrapeira”) com composições originais onde se denota a sua paixão pela inovação e ingerência de outros géneros musicais como o rock, algumas vezes na sua vertente progressiva. É este o caminho que querem continuar a explorar?
Hélio Ribeiro - É mesmo este o nosso caminho. Não temos como objectivo primário transformar o nosso trabalho em algo mais rock ou mais "alternativo", é a comunhão de todas a ideias e estilos musicais de cada um que faz com que o nosso som seja este, tentamos seguir toda a rede musical envolvente ao tema e explorar essa mistura até ao limite. Umas vezes esse processo é simples e rápido pois há bastante química entre nós, outras vezes mais demorado, o que também acaba por ser bom, no final achamos sempre que está no ponto e que valeu a pena! A nossa aposta é criar um som próprio de cariz tradicional envolvente, forte, que transmita a todos os que nos ouvem, alegria e vontade de levantar o Pé da Terra.
PR - “Escadas de Luar” foi o tema escolhido para apresentação de "13". É esta a canção, que melhor define o espírito do álbum?
Cristina Castro - É difícil responder a esta pergunta, porque este trabalho é cheio de alegria e festa, como nos transmite a música "Escadas de Luar", mas temos também temas mais introspectivos, que nos fazem voar um pouco para a o nosso interior. Há outros ainda, cheios de garra e de uma força revolucionária que nos dá alento para ir em frente com um sentido deesperança para enfrentarmos o que quer que seja. Claro está, que cada pessoa que ouvir este trabalho, poderá ter uma forma completamente de o sentir. Pelo menos, nós sentimo-lo assim... colorido! Quanto à música "Escadas de Luar", foi um tema que nos marcou bastante, pois foi com este, que realizámos o nosso primeiro videoclip e ficou "a nossa cara", como muita gente o diz.
PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizarias este "13"?
Ricardo Coelho - O 13 é um álbum energético, alegre e vibrante, cheio de pequenas surpresas! Podemos dizer que se divide em 3 partes: uma de originais, outra temas tradicionais e por ultimo, uma homenagem a Adriano Correia de Oliveira. Possui uma capa fora de formato que fica bem em qualquer discoteca...
PR - Depois do disco, vamos ter oportunidade de ver e ouvir os Pé Na Terra apresentar este trabalho nos palcos?
Adérito Pinto - Inicialmente fizemos o lançamento no Hard Club - Porto e no Museu Oriente em Lisboa. Agora estamos a apresentar o “13” nos Fóruns das lojas Fnac e a próxima etapa é levar o o novo disco ao maior numero de pessoas possível. Sentirmo-nos muito bem na "estrada", é onde a banda consegue revelar toda a sua essência musical, o contacto com o público é muito importante.
PR - Para terminar, porque é que escolheram o "13" para baptizar este disco?
Cristina Castro - O nome deste disco surgiu devido a várias coincidências que temos tido em torno desse número. Tudo começou quando contámos o número de músicas que tínhamos preparadas para gravar..13…e reparamos logo de seguida, que o primeiro trabalho teve igualmente 13temas. Além disso, temos também esse número presente no nosso single “Escadas de Luar”, em que cada músico entra a tocar de 13 em 13 segundos! Muito estranho, pois não foi intencional! Para nós este número não é só de azar, acreditamos que com a nossa música transformaremos essa carga negativa que ele acarreta e queremos transmitir ás pessoas que é preciso estar atento, porque “se é sorte ou azar só o tempo o dirá”.
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