Hoje aterra no Portugal Rebelde, "Disco Voador", o novíssimo trabalho dos Clã, dedicado aos "Supernovos". O Portugal Rebelde esteve à conversa Com Manuela Azevedo, que em Discurso Direto, nos fala de um disco capaz de "embeiçar" miúdos e graúdos.
Portugal Rebelde - Como
é que nasceu a ideia de fazer um disco a pensar no público infantojuvenil?
Manuela Azevedo - Já há alguns anos (desde que começaram a nascer filhos
dentro dos Clã) que vínhamos falando de um dia fazermos música para miúdos, uma
proposta diferente daquilo que o mercado oferece hoje em dia. Mas, por um
motivo ou outro, íamos sempre adiando a ideia. Até que fomos desafiados, em
Maio de 2010, pela equipa das Curtas de Vila do Conde, a abrir o Festival Estaleiro com um concerto
para crianças. Mal sabíamos nós que a construção desse espectáculo iria
culminar no novo álbum dos Clã...
PR - Para
a gravação deste “Disco Voador”, pediram ajuda a consultores de palmo e meio?
Manuela Azevedo - Inevitavelmente! Desde os nossos filhos (grandes
cúmplices nesta aventura), aos filhos dos nossos amigos, perceber as suas
reacções e ouvir as suas opiniões sobre o nosso trabalho foi algo importante em
todo o processo – da composição das canções, à construção do espectáculo e
gravação do álbum.
Numa
frase – ou talvez duas – como caracterizaria este “Disco Voador”?
Manuela Azevedo - Roubo
as palavras a Regina Guimarães que soube descrever, como ninguém, este
projecto. “A
partir de um desafio - construir um espectáculo para espectadores supernovos -
os Clã entenderam só fazia sentido serem ainda mais decididamente fiéis à sua
rota. Assim, a leitura que fizeram do desafio que lhes foi lançado foi
encararem esse espectáculo como um laboratório de criação, onde as emoções, os
sentimentos, os pontos de vista, etc. dos supernovos fossem matriz de canções
muito variadas em termos de tom e de respiração. Seguros
de que nenhum humano mata totalmente a criança e o adolescente que mora dentro
de si, os Clã sabem que este Disco Voador se destina descaradamente a todos os
públicos.”
PR - Já
tiveram a oportunidade de apresentar este disco para os “supernovos”. O público
infantojuvenil é mais exigente?
Manuela Azevedo - É exigente, claro! Mas quando merecemos a sua atenção é
muito generoso e cúmplice nos aplausos e reacções ao que lhe oferecemos em
palco. No dia 4 de Maio, antes do concerto de apresentação que fizemos na Casa
da Música, à noite, fizemos um concerto na sala Suggia, às três da tarde, para
cerca de mil miúdos. Foi um concerto inesquecível! Uma energia
indescritível!
PR - Por
oposição a este disco, qual o álbum mais adulto que os clã já fizeram?
Manuela Azevedo - É sempre difícil avaliar o nosso trabalho... Mas
arriscaria a dizer que o "Rosa Carne" será o nosso álbum mais adulto.
PR - “Disco
Voador” é um álbum para “embeiçar” miúdos e graúdos?
Manuela Azevedo - Decididamente. É isso que temos testemunhado em cada
apresentação do Disco Voador em palco – miúdos e graúdos saem igualmente
felizes da sala, partlhando o prazer do que acabaram de ver. E, do que nos têm
dito em relação ao disco, temos tido belas reacções de gente de todas as
idades.
PR - Para
terminar, que memórias guarda da sua infância?
Manuela Azevedo - Muitas e boas! Algumas delas foram evocadas durante a
construção do Disco Voador, inevitavelmente. Sou uma pessoa com sorte – tive
uma infância tranquila e feliz, no campo, com tudo o que de maravilhoso a
natureza tem para uma criança, com uma família que adorava, com saúde, com
amigos... como deve ser.
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