20/05/2011

CLÃ | Discurso Direto

Hoje aterra no Portugal Rebelde, "Disco Voador", o novíssimo trabalho dos Clã, dedicado aos "Supernovos". O Portugal Rebelde esteve à conversa Com Manuela Azevedo, que em Discurso Direto, nos fala de um disco capaz de "embeiçar" miúdos e graúdos.

Portugal Rebelde - Como é que nasceu a ideia de fazer um disco a pensar no público infantojuvenil?

Manuela Azevedo - Já há alguns anos (desde que começaram a nascer filhos dentro dos Clã) que vínhamos falando de um dia fazermos música para miúdos, uma proposta diferente daquilo que o mercado oferece hoje em dia. Mas, por um motivo ou outro, íamos sempre adiando a ideia. Até que fomos desafiados, em Maio de 2010, pela equipa das Curtas de Vila do Conde,  a abrir o Festival Estaleiro com um concerto para crianças. Mal sabíamos nós que a construção desse espectáculo iria culminar no novo álbum dos Clã...

PR - Para a gravação deste “Disco Voador”, pediram ajuda a consultores de palmo e meio?

Manuela Azevedo - Inevitavelmente! Desde os nossos filhos (grandes cúmplices nesta aventura), aos filhos dos nossos amigos, perceber as suas reacções e ouvir as suas opiniões sobre o nosso trabalho foi algo importante em todo o processo – da composição das canções, à construção do espectáculo e gravação do álbum.

Numa frase – ou talvez duas – como caracterizaria este “Disco Voador”?

Manuela Azevedo - Roubo as palavras a Regina Guimarães que soube descrever, como ninguém, este projecto. “A partir de um desafio - construir um espectáculo para espectadores supernovos - os Clã entenderam só fazia sentido serem ainda mais decididamente fiéis à sua rota. Assim, a leitura que fizeram do desafio que lhes foi lançado foi encararem esse espectáculo como um laboratório de criação, onde as emoções, os sentimentos, os pontos de vista, etc. dos supernovos fossem matriz de canções muito variadas em termos de tom e de respiração. Seguros de que nenhum humano mata totalmente a criança e o adolescente que mora dentro de si, os Clã sabem que este Disco Voador se destina descaradamente a todos os públicos.”

PR - Já tiveram a oportunidade de apresentar este disco para os “supernovos”. O público infantojuvenil é mais exigente?

Manuela Azevedo - É exigente, claro! Mas quando merecemos a sua atenção é muito generoso e cúmplice nos aplausos e reacções ao que lhe oferecemos em palco. No dia 4 de Maio, antes do concerto de apresentação que fizemos na Casa da Música, à noite, fizemos um concerto na sala Suggia, às três da tarde, para cerca de mil miúdos. Foi um concerto inesquecível! Uma energia indescritível!  

PR - Por oposição a este disco, qual o álbum mais adulto que os clã já fizeram?

Manuela Azevedo - É sempre difícil avaliar o nosso trabalho... Mas arriscaria a dizer que o "Rosa Carne" será o nosso álbum mais adulto. 

PR - “Disco Voador” é um álbum para “embeiçar” miúdos e graúdos?

Manuela Azevedo - Decididamente. É isso que temos testemunhado em cada apresentação do Disco Voador em palco – miúdos e graúdos saem igualmente felizes da sala, partlhando o prazer do que acabaram de ver. E, do que nos têm dito em relação ao disco, temos tido belas reacções de gente de todas as idades.

PR - Para terminar, que memórias guarda da sua infância?

Manuela Azevedo - Muitas e boas! Algumas delas foram evocadas durante a construção do Disco Voador, inevitavelmente. Sou uma pessoa com sorte – tive uma infância tranquila e feliz, no campo, com tudo o que de maravilhoso a natureza tem para uma criança, com uma família que adorava, com saúde, com amigos... como deve ser.

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