Da raiz tradicional às sonoridades de vanguarda, elevando a
palavra, os Xícara homenageiam a língua portuguesa e os seus
obreiros-poetas como são António Botto, João Penha de Oliveira Fortuna e
João Cabral Nascimento. O Portugal Rebelde esteve recentemente à conversa com Helder Costa e Rui Ferreira, que em "Discurso Direto" falam da edição do seu primeiro EP.
Portugal Rebelde - Este
primeiro EP dos Xícara é uma homenagem à língua Portuguesa e aos seus
“obreiros-poetas”?
Helder Costa - Este
primeiro trabalho nasceu de uma necessidade de explorar elementos da cultura
portuguesa que a nosso ver, ainda muito há para fazer. Achamos então, que faria
todo o sentido aliar a poesia portuguesa, que é tão rica, com as sonoridades do
nosso país, tentando criar uma identidade que fosse representação da nossa
perspectiva da portugalidade. Por isso podemos considerar não só uma homenagem
à língua portuguesa, mas também às nossas raízes.
PR - Entre
vozes, baixos, bandolim e braguesa, cavaquinho, guitarra clássica, percussão,
piano e acordeão, a essência da música tradicional funde-se com a poesia
portuguesa. Definitivamente este é o “caminho” que os Xícara querem continuar a
trilhar?
Rui Ferreira - Neste
EP e no álbum que estamos de momento a trabalhar, é esse o conceito base.
Qualquer tentativa de projectar o futuro poderá ser de momento um bocado
prematuro.
PR - Arceli
Tzigane, apresentadora do programa Mundofonias da RTVE, classifica este EP como
“Precioso, emocionante e elegante”. Esperavam esta receptividade da imprensa e
do público em geral?
Helder Costa - Sempre
acreditamos que o nosso trabalho poderia chegar longe. Porem, não contava-mos
que todo o processo fosse tão rápido. Temos tido frequentemente pessoas a
entrar em contacto connosco principalmente pela internet que têm se
identificado muito com o que fazemos e que nos tem ajudado bastante na
divulgação de Xícara. Não podemos também esquecer o apoio de algumas pessoas
que apadrinharam Xícara desde o inicio que são o caso do João Sã do programa
Folklândia, a Araceli Tzigane e Juan Antonio Vasquez, Cristina Espirito Santo,
que sem elas nada disto seria possível.
PR - Numa
frase apenas - ou duas - como caracterizariam este primeiro trabalho dos
Xícara?
Rui Ferreira - A
música de Xícara é um encontro de várias correntes de influências de todos nós.
É uma porta aberta para novas experiências. Uma palavra que ainda não foi dita.
PR - Depois do disco, vamos ter oportunidade para
ver e ouvir os Xícara apresentar as canções deste EP no palco?
Helder Costa - Estamos
de momento a fazer a agenda que será em breve anunciada no facebook, assim como
no nosso blogue – www.xicaramusic.blogspot.com. No dia 9 de Junho vamos estar no Eco Festival de Música e dia 30 de
Julho no Festival Sons Da Fraga Dura.
PR - Que
sensações esperam que as pessoas retirem da audição deste primeiro trabalho?
Rui Ferreira - Esperemos
que desperte a curiosidade para nos virem ouvir ao vivo, e que disfrutem tanto
da nossa música como nós.
PR - Para
terminar, por onde passa o futuro próximo dos Xícara?
Helder Costa - Nesta primeira fase, será fazer
o maior número de actuações. Numa segunda fase será o lançamento do nosso
primeiro álbum.
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