07/10/2012

YOU CAN´T WIN CHARLIE BROWN TOCAM THE VELVET UNDEGROUND & NICO


O álbum "The Velvet Underground & Nico" (1967) é tanto um começo como um fim. Não só porque foi o único registo composto por esta formação, como desenhou muito do que hoje tomamos como adquirido. 

Os drones, dissonância no violino de John Cale, referências explícitas a droga e sexo nas palavras de Lou Reed, a percussão "less is more" de Moe Tucker, a fusão dos mundos por vezes distantes do rock com as artes plásticas personificada na figura do produtor Andy Warhol e até uma ligação à moda, na presença de Nico.

Se é justo afirmar que neste disco encontramos o primeiro aglomerar sério de muitas ideias dispersas na NYC dos 60's, o modo como se concretizam e como resistem década após década à frente de tudo o que vai sendo editado, justifica afirmar que este é também o documento definitivo de muitas dessas ideias. Todas os dias uma banda tenta emular o som da "Waiting For The Man" ou da "Sunday Morning", mas não vale a pena.

Daí que na hora de convidar a banda capaz de levar a cabo a impossível tarefa de homenagear este colosso, sabia que teria de abordar músicos em que a linhagem VU não fosse assim tão evidente, pelo menos à primeira. 

Sem pestanejar, a ideia de conseguir os You Can't Win Charlie Brown apoderou-se de mim, acima de tudo escutando na minha cabeça os coros angelicais deles e como poderiam de um modo natural transportar "The Velvet Underground & Nico" até outras paragens.

Tendo já escutado alguns ensaios, acredito que estão a conseguir um equilíbrio perfeito entre passado e futuro, entre a devoção pelas canções e ao mesmo tempo engenho e arrojo na hora de mexer na História. Criaram  um universo paralelo. E estou morto para que o ouçam...

No 45º aniversário do álbum dos álbuns, e na semana em que chega às lojas uma reedição luxuosa que espalhará o gospel a uma nova geração, os prodígios lisboetas atiram-se de cabeça ao quebra-cabeças narcótico de Warhol, Reed, Cale, Nico, Morrison e Tucker, interpretando-o na íntegra, num concerto irrepetível.

Por uma noite o Lux será a Factory em 1967. E, entre os fantasmas, vou tentar arranjar o número de telefone da Edie Sedgwick. (Pedro Ramos)

12 de Outubro - You Can´t Win Charlie Brown, Lux (23.00h)

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