O espetáculo de Aldina
Duarte agendado para o grande auditório da Culturgest , no
dia 23 de Janeiro às 21.30h, já está
esgotado.
“Mais um fado no fado” é o nome deste concerto que contará com convidados muito especiais: Ana Moura, António Zambujo e Júlio Resende.
“Mais um fado no fado” é o nome deste concerto que contará com convidados muito especiais: Ana Moura, António Zambujo e Júlio Resende.
"Apenas o Amor" (2004), "Crua" (2006), "Mulheres
ao Espelho" (2008), "Contos de Fados" (2011). Os títulos dos quatro
álbuns que Aldina Duarte lançou parecem formar, como um
mosaico, o retrato perfeito da sua postura de artista – o de
alguém para quem a relação com o Fado passa por um
registo constante e incandescente de paixão, mas também por
um percurso por vezes quase cruel de introspecção e pela
descoberta fascinada de múltiplos olhares sobre o mundo, pela
mão dos poetas, dos artistas, dos fabricantes de sonhos e de mitos
fundadores.
Tudo isto assenta sempre nos alicerces de um repertório
de fados estróficos depurados pelo tempo, tão firmes e
enganadoramente simples nos contornos essenciais que os definem como livres
e complexos nos desenhos novos e inesperados que o seu canto lhes sabe dar
em cada revisitação.
Tudo acontece pela
mediação de um discurso poético rigoroso,
assumidamente contemporâneo, sem concessões, em que a sua
própria voz de poeta emerge com frequência, lado a lado com a
de tantos grandes criadores da Língua portuguesa, como uma
força tão marcante como o canto. Aldina Duarte tem este jeito
especial de saber ao mesmo tempo dizer o sentido das notas e cantar a
melodia das palavras.
É por isso que nunca deixa de nos surpreender,
que nunca a podemos prever, que é sempre uma descoberta renovada.
Assim, neste programa o seu caminho cruza-se com o de duas outras vozes
relevantes do Fado dos nossos dias, Ana Moura e António Zambujo, e
através destas os seus versos convertem-se num terreno comum para o
encontro entre outras tantas posturas artísticas
idiossincráticas, passando da condição de mera
expressão individual da sua autora ao estatuto de um
património partilhado e reestruturante do próprio
género.
E ela mesma revisita - e de algum modo reinventa, nessa
viagem - alguns dos fados mais emblemáticos do seu
repertório, partindo, para esse novo olhar, do desafio que
representa a parceria com o piano de Júlio Resende. Mais uma vez nos
confronta, deste modo, com esse seu misto tão especial de
tradição e ruptura, de medo e coragem, e – porque
não? - de pudor e desvario." (Rui Vieira Nery)
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