17/01/2013

ALDINA DUARTE | Culturgest


O espetáculo de Aldina Duarte agendado para o grande auditório da Culturgest , no dia 23 de Janeiro às 21.30h, já está esgotado.

“Mais um fado no fado” é o nome deste concerto que contará com convidados muito especiais: Ana Moura, António Zambujo e Júlio Resende.

"Apenas o Amor" (2004), "Crua" (2006), "Mulheres ao Espelho" (2008), "Contos de Fados" (2011). Os títulos dos quatro álbuns que Aldina Duarte lançou parecem formar, como um mosaico, o retrato perfeito da sua postura de artista – o de alguém para quem a relação com o Fado passa por um registo constante e incandescente de paixão, mas também por um percurso por vezes quase cruel de introspecção e pela descoberta fascinada de múltiplos olhares sobre o mundo, pela mão dos poetas, dos artistas, dos fabricantes de sonhos e de mitos fundadores. 

Tudo isto assenta sempre nos alicerces de um repertório de fados estróficos depurados pelo tempo, tão firmes e enganadoramente simples nos contornos essenciais que os definem como livres e complexos nos desenhos novos e inesperados que o seu canto lhes sabe dar em cada revisitação. 

Tudo acontece pela mediação de um discurso poético rigoroso, assumidamente contemporâneo, sem concessões, em que a sua própria voz de poeta emerge com frequência, lado a lado com a de tantos grandes criadores da Língua portuguesa, como uma força tão marcante como o canto. Aldina Duarte tem este jeito especial de saber ao mesmo tempo dizer o sentido das notas e cantar a melodia das palavras. 

É por isso que nunca deixa de nos surpreender, que nunca a podemos prever, que é sempre uma descoberta renovada. Assim, neste programa o seu caminho cruza-se com o de duas outras vozes relevantes do Fado dos nossos dias, Ana Moura e António Zambujo, e através destas os seus versos convertem-se num terreno comum para o encontro entre outras tantas posturas artísticas idiossincráticas, passando da condição de mera expressão individual da sua autora ao estatuto de um património partilhado e reestruturante do próprio género. 

E ela mesma revisita - e de algum modo reinventa, nessa viagem - alguns dos fados mais emblemáticos do seu repertório, partindo, para esse novo olhar, do desafio que representa a parceria com o piano de Júlio Resende. Mais uma vez nos confronta, deste modo, com esse seu misto tão especial de tradição e ruptura, de medo e coragem, e – porque não? - de pudor e desvario." (Rui Vieira Nery)

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