A Universal Music Portugal edita hoje o homónimo álbum de estreia dos Ultraleve – mas, de novato, este duo tem muito pouco. Aqui estão reunidas as aventurosas experiências musicais de Nuno Figueiredo e Bruno Vasconcelos, chegados dos aplaudidos projectos, Virgem Suta e Pinto Ferreira. E este é o resultado de um «namoro» feito no meio de concertos e ensaios, o encontro de dois apaixonados por algo simplesmente baptizado de «pop».
«Percebemos que tínhamos um gosto particular pela música pop, pop-rock, com nuances muito carregadas. Este foi o ponto de partida que nos fez lançar aquela frase para o ar “um dia, temos que fazer qualquer coisa juntos”», recorda Bruno Vasconcelos. Seguiu-se uma partilha de músicas, à distância, uma troca de ficheiros digitais que condensavam canções animadas, cheias de humor e com ritmos avassaladores: «Ultraleve» nasce em estúdios caseiros, escrito, composto, interpretado e produzido por estes salteadores de uma pop adorada.
«Queríamos fazer um álbum pop, que puxasse pelas nossas influências e sentimos que isso está muito patente na cor dos temas. Fizemos tudo isto para nos divertirmos, para fazermos experiências. E essas experiências passaram por aparelhos que nunca tínhamos usado, por uma abordagem que nunca tínhamos feito…», recorda Bruno.
Na sua suprema ode à pop, «Ultraleve» dedica-se à guitarra mas também se apaixona pelos sintetizadores, rendendo-se à imponência de ritmos que impelem os movimentos dos corpos. E é, genuinamente, pop. «Sentimos que havia uma relutância em relação ao que é pop e queríamos mesmo chegar ao cúmulo de pegar em clichés e brincar com eles. Isto não quer dizer que tenhamos simplificado nada – até porque a pop não tem que ser simples. São canções leves mas era isso que queríamos fazer – daí o nome da banda. Ultraleve».
Em «Ultraleve», fala-se de viagens imaginárias ao Havai, de realidade mundanas mergulhadas em 3G e cita-se Rui Veloso ou Pedro Abrunhosa. «A ideia era fazer algo fresco, com ritmos e arranjos alegres. As letras são castiças – mas, sendo narrações de amores, têm uma abordagem leve e descomprometida. Há uma certa tendência para fazer da vida uma novela – e esta novela é cómica e com uma gargalhada interior sobre a própria desgraça».
Os refrães de "Ultraleve" estão repletos de potenciais coros – até porque estas são melodias que têm, na sua essência, uma sede por palmas. «Pensámos que aquelas eram canções com as quais tínhamos que nos divertir, quando estivéssemos a tocar ao vivo».
Em palco, os Ultraleve vão multiplicar-se, com Sérgio Nascimento na bateria e Nuno Simões no baixo. «Temos mais duas pessoas para nos ajudarem a montar a festa – aliás, a festa está montada, agora resta-nos levá-la ao público».
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