Após o lançamento do seu primeiro trabalho, em 2015, os Maquina del Amor voltam às edições, no final de 2017, com o lançamento de “Disco”, dia 24 de Novembro. Constituídos por Ronaldo Fonseca, Filipe Palas, José Figueiredo e Miguel Macieira, membros dos peixe : avião e dos smix smox smux, os Maquina del Amor fundem elementos de música rock e eletrónica, com a improvisação e a apropriação do ruído como recurso musical a ocupar lugares de destaque, no seu processo criativo.
A sua música é feita de dicotomias e contradições: a ilusão de uma estrutura aparentemente semelhante à de uma banda rock é desfeita pela recusa dos instrumentos em conformar-se com o som e as funções que deles esperamos: as baterias são em iguais partes acústicas e electrónicas, os baixos são tocados por sintetizadores maquinais e dissonantes, as guitarras e teclados criam torrentes e camadas de ruído e espaço e a voz não se deixa apanhar em palavras e estruturas melódicas convencionais. A improvisação, recurso abundantemente usado, é suportada por formas que, apesar da ausência de um vocalista, são frequentemente semelhantes às das canções pop; o ruído é entrecortado por melodias repetitivas e hipnotizantes.
Ouvido integralmente, “Disco” transforma as suas diferentes faixas numa banda sonora de um filme que ainda não foi feito, alternando entre a luz e a escuridão, e levando-nos, por vezes, para lugares de uma intensidade psicológica assustadora. Em separado, as suas músicas tanto nos podem convidar a pôr o volume no máximo, como se estivéssemos numa discoteca ou num concerto, como a sentarmo-nos sozinhos, de olhos fechados, a ouvir com headphones. De uma forma ou de outra, este disco é para ouvir.
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