"The Shape of Nothing to Come", assim se intitula o próximo álbum dos The Parkinsons, uma das mais influentes bandas do movimento punk rock português. O novo disco é editado hoje, 27 de Abril, pela Rastilho Records e foi apresentado pela primeira vez no passado dia 25 de Abril em Lisboa.
Com um título fatalista e com uma carga e uma narrativa de sufoco, ansiedade e frustração que já são o cunho da banda, este disco conta com mais um conjunto de canções levadas e vividas ao limite: mais límpido, mais cru, mas não perdendo a contaminação e a veia sonora dos álbuns anteriores.
Mais rebuscado no processo conceptual e estético mas nunca perdendo o fio condutor e a energia inerente à banda, "The Shape of Nothing to Come" reforça o diálogo do não virtuosismo e do não conformismo.
A visão do quotidiano, a crítica à vida moderna, o amor à cidade, os sonhos perdidos e recuperados, os sinais de esperança num presente negro nas suas políticas e liberdades continua a ser o palco de luta da banda. A metáfora continua a ser a expressão linguística preferida.
Palavras mais limadas para um disco mais equilibrado (como se de um best of da banda se tratasse). As leis, a desordem, as lutas da banda, as visões de choque no desenvolvimento estético do álbum, tornam "The Shape of Nothing to Come" no álbum mais urgente dos próximos tempos.
Com o elo duro da banda Afonso Pinto, Victor Torpedo e Pedro Chau em constante irreverência, luta, divergências e por vezes ruptura na concepção musical, nasce assim o novo álbum.
Um álbum que soa a isso mesmo, a luta, a conflito que acaba por se fundir numa narrativa não expectável em que os novos recrutas João Silva (teclas) e Ricardo Brito (bateria) se moldaram e ajudaram a criar a nova moldura sonora da banda.
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