20/10/2018

LAGARDÈRE | "No Lugar do Fim do Mundo"


"A música tem a capacidade de passar sentimentos ou memórias, homenagear pessoas ou locais; essa é a premissa da maioria das canções que ouvimos na rádio. Além disso também pode ser uma maneira de contar uma história ou construir um personagem. Contar uma história através de um canção é comum, contar uma história durante um álbum inteiro já é um outro desafio.

Os LaGardère, formados por Yann Vaz da Silva, João Sampayo e Carlos Noronha, decidiram pegar numa personagem, cantar as suas aventuras. Henri LaGardère teve as suas peripécias, uma vida aparentemente falhada, mas que passou por muito, e tudo isto é contado por estes jovens músicos. Henri viajou, apaixonou-se, seguiu os seus sonhos, correu riscos, ficou deprimido e deixou-se ir na sua paixão pela música. Tudo isso deu origem a um álbum.

"No Lugar do Fim do Mundo" é o primeiro disco dos LaGardère, que personificam em Henri os seus anseios e angústias. Este conjunto de canções expõe várias influências, brinca com o português e conta uma história trágico-cómica. Quem tiver o interesse de conhecer um pouco melhor o que está por detrás de tudo disto, vai chegar a uma personagem de um livro francês e vai querer saber mais e mais sobre o que está por trás toda esta história. Há pormenores e mistérios que ficam por saber, mas isso é que torna ainda mais interessante este projeto.

O disco transporta-nos para um universo pop português, com influências em José Cid ou Carlos Paião. Música como “Amiguinha” ou “Rei da Cocada” lembram o espírito alegre e inocente da música pop dos anos 80. Quando ouvimos mais atentamente, a musicalidade leva-nos para universos mais ligados ao jazzou até mesmo à world music - a canção “Camila Casali” tem, por exemplo, uma sample de uma música brasileira. O álbum não se cinge a um só registo e percebe-se que há uma necessidade de experimentar e fazer canções com estilos e ritmos diversos.

Os Lagardère apresentam um primeiro trabalho que não vai deixar ninguém indiferente. Conseguem contar uma história e enchê-la de vida. Os próximos capítulos podem trazer novas aventuras, resta saber se serão romances, cómicas ou policiais." (Ricardo Toledo in Punch Magazine)

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