Maria Emília tem uma voz cristalina, luminosa e refrescante, uma dicção fluída e mais qualquer coisa de especial. Aquela qualquer coisa que não se sabe nomear mas que se sente e nos comove e encanta.
Desconfiamos que essa “qualquer coisa” terá a ver com o facto de ter nascido em São Paulo e vivido no Brasil. Depois andou pelo Minho e sempre com o fado na boca e a guitarra portuguesa nos ouvidos. Até se fixar em Lisboa e ficar na memória dos frequentadores das casas de fado mais castiças da capital.
Maria Emília canta o fado como quem respira, de forma simples e directa, deixando a emoção transbordar e chegar até nós.
No single “Casa de Fado” deixou as suas raízes vir ao de cima, misturando fado e Carnaval (qual Carmen Miranda passeando por Ipanema ou Moledo, como preferirem), e não resistiu no seu disco de estreia a uma inesperada e enorme versão de “De volta para o meu aconchego” (com arranjo e piano de Filipe Raposo), tema celebrizado por Elba Ramalho na telenovela Roque Santeiro e segredo (mal) escondido no repertório de Samuel Úria, nem a convidar Edu Krieger (um dos mais talentosos compositores brasileiros da actual geração da MPB) para compor “Minha Paz”, uma canção de recorte clássico de amor e saudade.
Com a produção e o acompanhamento à guitarra de Carlos Manuel Proença, revisitando composições de Alfredo Marceneiro ou Fontes Rocha, e as palavras de Cátia Oliveira, Nuno Miguel Guedes ou Jorge Rosa, “Casa de Fado” confirma-se um disco de estreia auspicioso e Maria Emília como a revelação do fado.
O CD "Casa de Fado" chegou hoje às lojas e está também disponível nas plataformas digitais.
Concerto de apresentação do disco:
30 de Novembro no Tivoli BBVA [link para evento oficial]
Os bilhetes já estão à venda [link para bilheteira]
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