Aos 41 anos há quem se embrulhe em ternura e há quem se interrogue se os 40 são os velhos 50. Não se tratará de uma crise de meia idade, mas de uma altura em que se faz uma pausa e se quer saber quem se é, o que fazemos aqui, e o que podemos fazer daqui para a frente. Perante a inevitabilidade ou a impossibilidade da mudança, pensamos (ou cantamos...) em voz alta e confrontamos os nossos fantasmas. Chamemos-lhe análise. Tentemos a catarse. Há quem o faça com um sorriso nos lábios e recorra à ironia.
Há quem meta o dedo na ferida e constate que dói estar vivo, e descubra com certeza melancólica que feitas as contas, entre o deve e o haver, não haverá muito a fazer.
Samuel Úria (re)volta com "Canções do Pós-Guerra", o seu disco mais maduro e directo de sempre. Não é uma viagem aos infernos, mas uma longa temporada no purgatório...
Um disco em que questiona a pós-modernidade e o falhanço colectivo, de todos nós sem excepção. Não há certezas e, na verdade, não parece haver futuro... Há muito que o fim da história e a naturalização do punk foram declarados, mas, pelo menos, temos tentado. E mais do que os fins, interessam os processos e a experiência. Pelo meio, surgem raios de luz e esperança, os possíveis finais felizes que tanto ansiamos, ancorados na certeza de que a vida continua, merece ser vivida, e de que o amor vale a pena e triunfa.
A semanas da aguardada chegada deste novo disco, Samuel Úria revela mais um tema: "A Contenção". É o terceiro a ser conhecido, depois de "O Muro" e "Fica Aquém".
"Canções do Pós-Guerra" chega às lojas em CD e vinil a 18 de Setembro. Está já disponível em pré-venda na Fna com ofertas exclusivas.
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