No dia 1 de Abril, o B.Leza recebe o primeiro encontro do novo projeto que junta Acácia Maior & Nancy Vieira, dando início a uma viagem musical que promete não ficar por aqui.
Mais do que um concerto, esta será uma celebração viva dos 50 anos da Independência de Cabo Verde, um momento de homenagem e afirmação cultural, onde a música une gerações, entrelaça histórias e fortalece identidades.
Em palco, a elegância e profundidade da voz de Nancy cruza-se com a energia criativa dos Acácia Maior, num espetáculo em trio que reflete não só a riqueza do património musical cabo-verdiano, como a profunda amizade e respeito dos artistas.
O convite partiu de Henrique Silva e Luís Firmino, inspirado na cumplicidade artística e pessoal construída ao longo de anos, e na colaboração anterior da qual resultou Nôve Krêtxeu, tema presente no mais recente álbum de Nancy Vieira, Gente.
O desafio agora é mais ousado: explorar temas pouco conhecidos do cancioneiro de Cabo Verde, reinterpretá-los com arranjos inovadores e relacioná-los com o repertório de ambos, sempre com a cabo-verdianidade, a independência e a soberania nacional como pano de fundo.
Entre os temas escolhidos, destaca-se a nova versão de Nôve Kretxêu, composições emblemáticas de ambos, assim como canções que marcaram o movimento de libertação.
Clássicos de Manel D’Novas, Chico Serra, Nhô Balta (Baltazar Lima Barros) e Paulino Vieira são reinterpretados, com arranjos que, respeitando a tradição, introduzem novas e refrescantes roupagens.
Filha de combatentes da libertação nacional de Cabo Verde e Guiné-Bissau, Nancy Vieira cedo despertou para a música no efervescente ambiente cultural de São Vicente, onde absorveu influências diversas do fado, samba e blues, tendo na morna a sua grande inspiração.
Desde o início da sua carreira, bebeu da generosidade dos músicos cabo-verdianos mais velhos e, hoje, vê essa mesma herança agora espelhada em dois talentosos músicos contemporâneos: Luís Firmino e Henrique Silva, os Acácia Maior.
Nas suas palavras, sublinha “tive o privilégio, a sorte, a honra, de desde o primeiro disco que gravei aos 18 anos, ter veteranos da música de Cabo Verde, instrumentistas que admirava muito, que tocavam com os meus ídolos a inspirar-me para cantar mornas e coladeiras.
Vi e senti muito desses veteranos em dois rapazes de trinta anos, rapazes dos tempos de hoje, que se inspiram nesses veteranos, pioneiros da música tradicional, que na sua obra trazem sons e cores deste tempo, o tempo de Luís Firmino e Henrique Silva, sem se esquecerem daquilo que é a sua essência e a sua identidade."
Os Acácia Maior, por sua vez, representam uma nova geração de filhos da revolução. Uma dupla que se declara independente e que faz música cabo-verdiana livre de amarras. Admiradores de Nancy Vieira desde sempre, acompanharam a sua obra e inspiraram-se na sua autenticidade e trajetória.
Não hesitam em afirmar que “a Nancy é uma grande inspiração para nós. Trabalhar com ela, especialmente num momento tão simbólico, é uma honra. Esta colaboração é sobre continuar a desenvolver bonitas sinergias e, acima de tudo, celebrar a amizade e o amor pela nossa música.”
A noite abre com Sérgio Onze, uma das vozes mais cativantes do fado contemporâneo. Com um percurso que começou na infância e se refinou nas Casas de Fado de Lisboa, Sérgio Onze não canta apenas o fado - ele vive-o. A sua voz intensa e expressiva transporta o público para um universo de emoções cruas e avassaladoras.