29/10/2007

HENRIQUE AMARO | Discurso Directo

A 16 de Outubro de 1982 a morte voltou a trocar-nos as voltas e a privar-nos de um dos nomes maiores da música portuguesa - Adriano Correia de Oliveira. 25 anos depois da sua morte, a Movieplay decidiu homenagear Adriano, para que as suas canções não ficassem no esquecimento e por isso lançou um desafio à nova geração para que recriassem as canções de Adriano Correia de Oliveira. "Adriano, Aqui e Agora", assim se chama o Tributo editado recentemente. O Portugal Rebelde esteve à conversa com um dos responsáveis por este projecto, Henrique Amaro, um homem da rádio que muito tem contribuido para a divulgação da nova música nacional.

Portugal Rebelde - Como é que nasceu a ideia deste Tributo a Adriano Correia de Oliveira?
Henrique Amaro - A ideia partiu do João Serafim (Movieplay). Algures em Abril, recebi um telefonema do João com a proposta de um tributo que envolvesse uma geração recente a cantar a obra do Adriano Correia de Oliveira.
Portugal Rebelde - 25 anos após a sua morte, as canções de Adriano continuam esquecidas?
H.A. - Não tenho dúvidas que existe um enigmático esquecimento em redor da obra. Eu faço parte dessa imensa maioria para quem o Adriano era uma remota lembrança.
P.R. - Acompanhaste de perto a gravação deste disco. Qual foi a reacção dos músicos ao descobrir a obra de Adriano?
H.A. - O entusiasmo e a surpresa foram reacções dominantes. Acidentalmente, estávamos todos a descobrir uma figura fascinante quer no lado artístico quer no plano pessoal. A sua vida confunde-se com a obra e transmite uma série de valores que me parecem intemporais.
P.R. - Este Tributo é uma boa oportunidade para os jovens partirem à descoberta da obra de Adiano Correia de Oliveira?
H.A. - Esse é o objectivo maior. Numa conversa com o Nuno Prata (participante no disco), ele dizia-me que uma versão só termina a sua missão se conseguir levar os interessados a descobrir o original. Que assim seja.
P.R. - És um homem da rádio com uma longa experiência na divulgação da música nacional. Porque é que a rádio tem esquecido algumas das melhores vozes deste país?
H.A. - Acredito que qualquer actividade para avançar e desbravar novos caminhos, tem que ser exercida por pessoas conhecedoras e entusiasmadas pela sua actividade. Nos dias que correm essas características não são aplicadas. E talvez por isso, o óbvio tenha maior exposição que a descoberta.
P.R. - Gostava que escolhessses uma canção do Tributo a Adriano e explicasses o porquê dessa escolha.
H.A. - Escolho a versão do Valete. O poema é sobre um amor perdido na guerra colonial e acho muito intenso ouvir uma voz negra a cantar os mesmos versos. Fica no ar a pergunta: “Que guerra foi aquela?”

3 comentários:

Carlos Vilafanha disse...

tUm disco importante de um dos maiores nomes da música Portuguesa. Pena que a divulgação que este tipo de discos tem nas rádios portuguesas seja tão fraca.
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http://toxicidades.blogspot.com

santos disse...

Não é para me gabar, mas o Santos da Casa da RUC tem passado muito este disco.
Para mim a recriação de Vale está tão bela que arrepia. "Menina dos Olhos Tristes" é um dos meus temas de eleição do Adriano.

Nuno Ávila - Santos da Casa

santosdacasa.blogspot.com

Anónimo disse...

Grande Henrique Amaro, sempre unindo o novo com o tradicional. E por falar
em Henrique Amaro, sou amiga dele do Brasil e perdi o contato, o email que tenho não é mais válido, você teria como me passar o email dele atualizado? ou passar o meu para ele por favor? elza.cohen@gmail.com
www.myspace.com/elzacohen
Obrigada!

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