27/11/2007

NANCY VIEIRA | Discurso Directo

No próximo dia 29 de Novembro, Nancy Vieira apresenta-se no Teatro da Trindade em Lisboa, para apresentar o seu mais recente trabalho, "Lus", o terceiro da sua carreira. Em vésperas de concerto, o Portugal Rebelde, esteve à conversa com Nancy Vieira, para conhecer a nova música de Cabo Verde. Faça-se "Lus" para a conversa.
Portugal Rebelde - Ao fim do seu terceiro disco desponta uma nova "luz" na música de Cabo Verde?
Nancy Vieira - Desponta uma Lus nova, com certeza, um álbum novo, com temas novos, mas não diria que o conceito musical seja novo. Já foi designado de “fusão”, esta vontade de conjugar música tradicional com outras sonoridades, e penso que não seja novidade na música de Cabo Verde. Esta Lus reflecte, no fundo, os meus gostos e influências musicais mais variados, como cabo-verdiana que ama e quer divulgar a sua cultura e com uma vivência de “estrangeiro”.
P.R. - Que sonoridades musicais podemos encontrar neste disco?
N.V. - Morna, coladeira, funaná, batuco, que são os géneros musicais mais conhecidos do meu país, com contornos mais universais, com influências de outras paragens como a América Latina, Brasil, porque não Portugal (para mim, morna e fado são primos, se não irmãos). O tema que dá titulo ao álbum, por exemplo, é uma mistura de batuco, de Cabo Verde, e de landó, um género tradicional, do Peru, que são muito similares a nível rítmico.
P.R. - "Lus" tem a virtude de reunir alguns dos melhores compositores de Cabo Verde. Paralelamente, descobrimos neste disco a sua faceta de autora/compositora. Fale-nos um pouco dessa experiência.
N.V. - Apesar de não me assumir como compositora, divulguei, pela primeira vez em “Lus”, um tema de minha autoria, letra e música, “Vivê Sabin”. Pretendo continuar a fazê-lo, traduzir música sentimentos, vivências, sempre que tenha vontade e inspiração para tal, de forma simples, como sei…
P.R. - Que sentimentos se reflectem neste disco?
N.V. - “Lus” é, acima de tudo, uma mensagem de esperança, de optimismo. Também canto o amor, situações do dia-a-dia e, uma componente indispensável na música de Cabo Verde, o amor à terra e as saudades desta.
P.R. - "Lus" é um disco que também nos cativa pela diversidade de (notáveis) participações especiais. Quer falar-nos um pouco dessa experiência?
N.V. - Experiência sempre muito interessante, trabalhar com outros artistas, neste caso, Tito Paris, Bino Branco dos Ferro Gaita, as Batucadeiras Voz de África, cujos contributos vieram enriquecer o meu trabalho.
P.R. - A Nancy Vieira é a nova "embaixadora" da música de Cabo Verde?
N.V. - A música de Cabo Verde tem muitos embaixadores, há muitos anos, os que gosto de tratar por “veteranos”, com muito carinho e respeito, por terem aberto as portas, por terem deixado boas referências. Existe também uma nova geração de jovens embaixadores, da qual, com muito orgulho, faço parte.
P.R. - Em duas palavras, como definiria "Lus"?
N.V. - Música das minhas raízes, com um toque de universalidade. Acrescentaria uma terceira que para mim está na base de tudo, emoção.

2 comentários:

Anónimo disse...

Abraço António.

Miguel Candeias

Anónimo disse...

A música e a vvoz da Nancy em o dom de nos transportar de volta para as nossas ilhas.
Obrigada Nancy!

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