Conjugam o verbo (A)MAR em português e acreditam que a "onda" que criaram em forma de Movimento, há-de contagiar todos aqueles que verdadeiramente amam a Música Portuguesa. Hoje em Discurso directo, Paulo Candeias, Bruno Broa e João Morgado são a voz deste (imenso) MAR.
Portugal Rebelde - Como é que nasceu a ideia de criar o MAR (Movimento Alternativo Rock)?
Movimento Alternativo Rock - A ideia inicial deste projecto partiu da necessidade de divulgarmos as nossas próprias bandas, de uma forma que chamasse a atenção do público e dos agentes ligados a mesma. Pensamos no MAR como se fosse uma jangada na qual 4 formigas remariam pelo mesmo objectivo. E de quatro passámos a seis e de seis para nove e sempre a somar a partir daqui. Sempre achamos que era mais fácil divulgar algo que as bandas tivessem uma base em comum do que propriamente cada banda divulgar-se a ela mesma. Quando falamos em base falamos no facto de integrarem no MAR bandas que cantem em Português, com trabalho de originais e sem trabalhos editados por editoras. No fundo criamos uma plataforma pela qual as pessoas ganhassem alguma curiosidade e atenção, espreitando sempre o seu interior.
PR - Quais são os grandes objectivos deste Movimento?
MAR - Os objectivos são bem claros, queremos ser uma promotora e isso é algo que esta bem a vista de qualquer um, no entanto pretendemos faze-lo de maneira diferente pensando sempre no consumidor de música nacional e também nas bandas. Não queremos massacrar ninguém com explosões informativas, mas sim, criar uma mística tanto através do nosso visual, dos nossos eventos e principalmente pelas nossas bandas. O MAR são as bandas e todas trabalham pelo mesmo objectivo. Mantendo sempre a mesma filosofia de entre ajuda, de partilha e de visão optimista da música nacional em Portugal. Mas não ficar por aqui. É objectivo deste movimento ser um movimento eclético e criativo, abrangendo áreas como a arte de palco, fotografia de concerto, reportagem, etc. Algo que está bem patente nos nossos sites.
PR - Na passagem do 1º aniversário do MAR, editaram recentemente a colectânea "Subcutânea", que está disponível para download gratuito. Falem-nos um pouco sobre este projecto.
MAR - Dentro daquilo que achamos que é promover bandas e o nosso projecto esta compilação faz todo o sentido, pois mostramos o trabalho das bandas e o nosso próprio (MAR). Mesmo não tendo uma produção a nível de som que se diga profissional, tem qualidade suficiente para ser ouvida vezes sem fim, e abrir algumas portas, que é o que tem sucedido. O facto de ser gratuito tem como objectivo levar o MAR ao maior número de pessoas possível. Fizemos 100 edições especiais para divulgação e colocamos para download gratuito nos nossos sites 18 temas das 9 bandas. Nos primeiros 15 dias já íamos nos 300 e tal downloads. E isso revela muita coisa a todos os níveis. Acima de tudo que em Portugal já se começa a ouvir novamente música nacional e que voltámos a ser um público curioso e despretensioso.
PR - Neste "Portugal Rebelde", há um MAR, que é urgente descobrir?
MAR - Sim, sem dúvida. Há muito para descobrir, dai também a nossa existência, é como um grito que chama a atenção das pessoas que há muito mais do que aquilo que nos dão a conhecer, não se limitem nem se deixem limitar há muito para descobrir.
PR - O que falta a esta nova "onda" de Música Portuguesa, para que chegue ao grande público?
MAR - Bem, qualidade não é certamente o que falta, bem como diversidade e quantidade. E o facto de se achar que o nosso mercado é pequeno também não é. Achamos que há lugar para muito mais do que aquilo que se apresenta. O que falta mesmo é vontade, empreendorismo de todos um pouco. Mas compreendemos que seja mais fácil e rentável investir em bandas estrangeiras ou trazer ao de cima algo que está muito na moda que é o saudosismo. Ainda assim, o MAR insiste na música nacional porque é nela que o movimento acredita. Há muito para fazer e Portugal está a mudar mesmo à frente dos nossos olhos.
PR - Que projectos, a médio e longo prazo, o MAR gostaria de pôr em prática?
MAR - Queremos ser um nome que seja tido em conta no nosso panorama nacional, queremos ser responsáveis pela mudança de atitudes e consequente desenvolvimento (para melhor) musical do nosso país. Queremos estabelecer elos de parceria com todo um movimento nos actores da divulgação musical nacional e de todos os suportes. Queremos crescer e ajudar a crescer juntos, com os projectos pioneiros de todos as vertentes criativas. Queremos pôr o consumidor de música nacional a ver espectáculos ao vivo, à conversa com o músico e a participar ele também neste movimento. E claro que queremos ter um arranha-céus com o nosso nome.
1 comentário:
fizemos a ligação da noticia ao nosso blog. espero que gostes do pequeno texto que fizemos de intro para a tua entrevista. e como te dissemos uma vez, não há nada mais perscutante que boas perguntas. pois são elas que aclaram o discurso e o momento. e por isso o Movimento te deixa uma palavra de apreço e admiração.
um forte abraço amigo
Enviar um comentário