No ano em em que os Xutos & Pontapés comemoram 30 anos de carreira, a Assírio & Alvim reedita a biografia "Conta-me Histórias" , um "objecto Rock" da autoria Ana Cristina Ferrão. O Portugal Rebelde esteve recentemente à conversa com a autora e revela-lhe agora as "histórias" desse encontro.
Portugal Rebelde - Publicada pela primeira vez em 1991, a biografia dos Xutos & Pontapés, teve um "upgrade" no ano em que a banda comemora 30 anos de carreira. O que podemos encontrar de novo nesta 2ª edição?
Ana Cristina Ferrão - Novas capa e contra-capa, duas novas colecções de fotografias assinadas por Álvaro Rosendo e Rui Vasco (que tinha assinado a capa da primeira edição) respectivamente, um texto novo dedicado ao mítico concerto de 8 de Maio de 1988 no Pavilhão do Restelo, a cronologia de acontecimentos mais relevantes na vida dos Xutos e & Pontapés de 1978 até Abril de 2009, a actualização da discografia, bibliografia e videografia e o que há 18 anos não era possível publicar – uma série de excertos de banda desenhada da autoria de Rui Santos (Xaruto) que se inspirou nas ‘histórias’ contadas na primeira edição para as suas criações. Há ainda novidades que só o leitor vai notar…melhor papel, mais ‘couchet’ nas capas e contra-capas, enfim um tipo de letra maior…Nesta 2ª edição de 2.000 exemplares fez-se uma tiragem especial de 700 exemplares numerados de 1 a 700, em exclusivo para a FNAC, e uma tiragem de 50 exemplares, numerados de I a L fora de mercado. As tiragens numeradas contam ainda com a oferta de reproduções de sete de bilhetes de históricos concertos dos Xutos, daqueles quase perdidos nos tempos.
PR - Mais de que uma "prenda", esta 2ª edição da biografia dos Xutos & Pontapés, é uma forma de homenagear a banda em ano de aniversário?
ACF - A 15 de Outubro de 1991 a editora Assírio & Alvim publicava a primeira edição deste livro, a primeira biografia do grupo Xutos & Pontapés, para excelente recepção do público e da crítica.”Aqui está à minha frente, o primeiro livro sobre rock que é ele próprio, um objecto rock.” …assim começava o texto de Pedro Rolo Duarte no semanário SETE em Outubro de 1991. Era um momento difícil na vida da banda. Escassos meses depois davam a volta ao destino e voltavam a encabeçar as listas de vendas e a esgotar concertos. Dezoito anos depois, em pleno 2009 o ano em que os Xutos sopraram as 30 velas da carreira, surge uma nova edição revista e aumentada da primeira biografia autorizada, um livro digno duma banda que merece tudo – os Xutos & Pontapés.
PR - Há alguma história presente nesta biografia que queira destacar?
ACF - Todas as histórias de “estrada” são divertidas e ainda hoje nos fazem chorar até às lágrimas, especialmente se contadas pelos próprios.
PR - Conhecedora que é da carreira dos Xutos & Pontapés, no seu entender qual foi o "segredo" para o sucesso ao longo destes 30 anos?
ACF - É inexplicável mas a química entre eles transborda do palco e toca o publico de uma forma ímpar. A autenticidade e a alegria que têm ao tocar ao vivo – numa excitação juvenil como se cada espectáculo fosse o primeiro - são duas caracteristicas que os elevaram ao expoente máximo do rock´n´roll em Portugal.
PR - Qual é a canção dos Xutos que particularmente mais gosta? Porquê?
ACF - Nesta Cidade – letra de João Gentil. Pela letra ainda hoje tão actual. Porque assisti aos primeiros ensaios. Também gosto muito do Homem do Leme, Papá Deixa lá, Estupidez, Sai Prá Rua, Remar Remar, Contentores, 1º de Agosto… são muitas mas as canções dos Xutos nunca foram demais.
PR - Trinta anos depois, os Xutos & Pontapés continuam a ser uma banda "Rebelde"?
ACF - Sem dúvida. A rebeldia é uma atitude perante a vida rotineira e sem sal, é o estar do “outro lado da luta” – ou se tem ou não se tem. Os verdadeiros Rockers não envelhecem…a rebeldia está-lhes no sangue.
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