Chama-se "Vida" e é o mais recente trabalho de Jorge Fernando.
O fado atravessa dias dourados, já o sabemos: novas vozes, novos poetas, novos compositores e até novas maneiras de o entender. Mas o que fica do tempo - o que mais importa - é o milagre desta música e destas palavras se poderem colar a isso que chamamos de alma, de forma linda e irreversível.
É isso que o trio de Jorge Fernando traz. A começar pelos nomes. Primeiro, Jorge Fernando, músico, compositor, poeta, cantor. É um dos homens mais cantados na actual música portuguesa. Seja através da nova geração de estrelas - Mariza, Ana Moura, Filipa Cardoso - seja no testemunho que as lendas do fado nos deixaram: Fernando Maurício, o rei do fado, foi o seu mentor e intéprete de grandes temas.
Amália teve-o como viola de fado durante 20 anos e como autor de alguns fados que a diva cantou. Mas agora é a altura de Jorge Fernando falar em nome próprio. E a acompanhá-lo estão dois amigos e cúmplices, que representam bem a herança e a mudança que faz o fado viver.
Custódio Castelo é um dos melhores executantes de guitarra portuguesa da actualidade. A isso alia um talento enorme como compositor.
A sua forma de tocar e os seus arranjos - que por vezes evocam a música erudita - é original e já começa a fazer escola.
Além de vários projectos próprios (como o recente Encore Fado, com Margarida Guerreiro), Custódio Castelo foi o responsável musical pela afirmação de Cristina Branco, com quem trabalhou muito tempo.
Fábia Rebordão é o novo que vem de trás. A sua extraordinária voz deu-se a conhecer no programa televisivo Operação Triunfo, onde chegou a finalista.
Palmilhou territórios musicais aparentemente distantes, como os blues ou o gospel. Mas foi no fado que se encontrou, desde há dois anos para cá.
Quem a ouvir, no entanto, perceberá que o fado nasceu com ela. É este trio que vai oferecer a riqueza da música e palavras, fados de raiva e de amor que inquietam a alma e nos fazem agradecer.
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