21/09/2010

A CARUMA | Discurso Directo

Chegou recentemente às lojas o primeiro disco d´A Caruma (Iplay, 2010), projecto formado por Rui Costa (Silence 4, Filarmónica Gil) no baixo; Carlos Martins (Umpletrue, The Clits, Annette Blade) na voz e guitarra; Pedro Santos (como músico convidado nos Silence 4, Filarmónica Gil) no piano e no euphonium (Tuba Tenor); José Carlos (Dapunksportif, Umpletrue) na bateria; e ainda a emergente Ana Santo na voz secundária. O Portugal Rebelde este à conversa com Carlos Martins e desvenda-lhe agora sem subterfúgios nem malabarismos, os segredos de uma Caruma seca e solta.
Portugal Rebelde - Antes de mais, como é que nasceu a ideia de formar A Caruma?
Carlos Martins - A ideia d'A Caruma foi nascendo. Sempre escrevi em inglês e depois de algumas tentativas de arriscar o português fui ficando agradavelmente surpreendido com o resultado. Faltavam então músicos. O Rui Costa apareceu num concerto de Annette Blade em S. Pedro de Moel e gostou do que ouviu. Eu também gostei que ele tivesse lá ido porque surgiu-me a ideia de o convidar. Assim que tive 9 temas praticamente feitos convidei-o, ele aceitou e com ele veio o Pedro Santos para as teclas e euphonium. O José Carlos Duarte e a Ana Santo já eram meus partners in crime noutros assaltos.
PR - Este primeiro disco, está recheado de histórias salpicadas com o português vernáculo, mordaz, irónico e provocador. É este o “caminho” que A Caruma quer percorrer?
CM - A Caruma vai percorrer o que lhe apetecer, com isto quero dizer que é tudo muito natural, não há caminhos pré definidos. O vernáculo acontece porque não vejo sentido em dobrar a língua quando escrevo porque eu quando falo digo aquelas palavras, a autenticidade é uma preocupação, o eliminar filtros, tentar ser o mais directo possível é importante.
PR - Há quem tenha definido este disco como “pop-marialva traçada a tinto fanfarra com tiques à Emir Kusturica”. Quer comentar?
CM - Acho uma afirmação feliz! De facto existem influências variadas até porque na própria banda cada um tem as suas. É pop? É popular? Tem influência dos balcãs? Se calhar é isso tudo. E se calhar também é mais do que isso, não sei muito bem compartimentar a Caruma e ainda bem!
PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizaria este primeiro disco d´ A Caruma ?
CM - Foi gravado em 3 dias o que o torna um disco quase live. Sem artefactos nenhuns a Caruma é seca e solta.
PR - Que sensações espera que as pessoas retirem da audição deste disco?
CM - Se o disco pusesse as pessoas a questionar seria maravilhoso! Questionar seja o que for, não ficar parado. Acho que falta curiosidade e criatividade no mundo. Gosto muito de pensar que as nossas músicas conseguem divertir e fazer pensar ao mesmo tempo.
PR - Estão contentes como resultado final deste primeiro trabalho?
CM - Muito contentes mesmo! Sentir que a cumplicidade sentida na sala de ensaio passou para o disco é uma conquista muito importante para nós. Sem subterfúgios nem malabarismos!

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