30/03/2011

FILIPE GONÇALVES | Discurso direto

Hoje o Portugal Rebelde, está de "volta ao tempo do vinil", o 2º registo de Filipe Gonçalves. Ao som de blues, baladas soul, afrobeat, gospel e até do glamoroso funk, “De volta ao tempo do vinil”, é um disco que segundo o seu autor, "primeiro estranha-se, mas depois entranha-se".
 
Portugal Rebelde - “De volta ao tempo do vinil” é um trabalho inspirado nas cores e sonoridades dos anos 60, 70 e 80, com blues, baladas soul, afrobeat, gospel e até funk. Estás contente com o resultado final do disco?
 
Filipe Gonçalves - Estou e muito, porque foi todo um processo criativo que passou por uma fase desafiante, que foi conhecer-me musicalmente e traçar o meu próprio percurso e linguagem artística, para conseguir fazer este álbum com esta liberdade e diversidade! Depois não o gravei à pressa nem sob nenhum tipo de pressão externa logo, a única pressão era minha e do produtor (New Max), que teve um papel fundamental no processo!
  
PR - Cantar em português, foi desde sempre uma opção fundamental para este projecto?
 
FG - Sim porque, para descobrir o meu caminho musical, deveria deixar as coisas correrem com naturalidade e ao trabalhar com grandes letristas como o Rui Pedro Campos, o Alexandre Honrado, o Pablo Banazol, entre outros que admiro e muito estudei, acabei por sentir de forma natural a composição na minha língua materna. Depois, também juntamente com o New Max, achámos diferente o facto de abrir portas a mais de um género musical, de fusão de vários já existentes, mas quase todos de origem anglo-saxónica e, neste caso, apresentá-los com naturalidade em português.
    
PR - “De Volta ao Tempo do Vinil” contou com várias colaborações, nomeadamente de New Max, dos Expensive Soul. Como é que surgiu esta oportunidade?
 
FG - Surgiu com naturalidade, em 2005 toquei num Festival onde as bandas presentes eram os Da Weasel, Expensive Soul, Pólo Norte e Jorge Palma, lembro-me na altura de ter falado com o  meu manager e de lhe ter perguntado quem produzia os Expensive Soul porque era o produtor ideal para mim, inovador e sem receio de fazer o que mais gosta! Na altura, foi-me dito por várias pessoas, que eu era ainda um miúdo inexperiente, mas não liguei a isso porque é já um preconceito instalado no nosso meio e fui explorar o trabalho dele e fui-me surpreendendo! Entretanto continuei na minha formação e, quando me senti preparado, contactei-o para trabalharmos juntos. Já me tinham sido propostos vários produtores, alguns de renome mas, ele foi o único que me disse que iria dar o seu melhor para eu poder ter a minha própria sonoridade e potenciar o meu lado criativo e a minha voz! Era precisamente esse extra que precisava e assim aconteceu esta parceria, que como já disse aos pais dele, me salvou a vida!
  
PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizarias este "De volta ao tempo do vinil"?
 
FG - Como não é algo muito habitual como o formato "POP" que já vem quase vendido, por ser igual ao que se ouve lá fora e tem sucesso, é um processo mais longo, ou seja, neste caso primeiro estranha-se, depois entranha-se! Todos os projectos e géneros musicais se poderão tornar "POP", cada um demora o seu tempo, essa é a beleza desta área artística. A 2ª frase pode ser mais curta, viagem criativa ao tempo da cultura emergente!  
 
PR - No próximo dia 03 de Abril vais apresentar o álbum “De volta ao tempo do vinil” na Praça da Liberdade, em Almada. Que surpresas estão reservadas para este espectáculo?
 
FG - Estão reservadas algumas mas, como é surpresa, não serão reveladas! Vão ter que estar presentes. O que posso dizer é que este concerto faz parte de um processo gradual que começará no dia 3 e terá o seu desenvolvimento daí para a frente, serão apresentadas coisas novas mas, tudo dentro do conceito do disco! Esta tour do disco chama-se "As viagens de volta ao tempo do vinil" e isso inclui uma evolução quase diária, das batalhas vencidas e do trabalho feito, para poder ser apresentado de forma animada, descontraída, melosa e acima de tudo uma mensagem positiva e didática!
  
PR - És conhecido como cantor e compositor, mas no teu curriculum está a participação num concurso de talentos, também fizeste locução, dobragem de animação, reportagens... És um rapaz de “sete ofícios”?
 
FG - Falta designer gráfico, cozinheiro, entre outros! (risos) Considero-me um artista trabalhador e, como tal, desenvolvo o meu trabalho em várias áreas irmãs, mas sem perder a coerência artística!

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