24/02/2016

MEDEIROS / LUCAS | "Terra do Corpo"


Medeiros/Lucas editam o álbum "Terra do Corpo"  no dia 05 de Abril. “Terra do Corpo é a materialização de um pacto entre a palavra e o som num conjuro a armas humanistas. É um apelo a uma Primavera antecipada para o Homem que, vivendo a banalidade invernal, vê-se carente de substância. Esta revolução do corpo, ou se quisermos, este levante do corpo, faz-se no recuperar dessa casa, hoje vazia, como habitação primordial que se quer sempre lotada e em permanente revolução.

Com edição Lovers & Lollypops, "Terra do Corpo" remete-nos para um universo mais electrónico e próximo dos registos inicias d'O Experimentar N'a M'Incomoda. Mostra também os dois açorianos cada vez mais desancorados do porto da música tradicional, sem no entanto perderem de vista o referencial cultural que tem insuflado o seu percurso.

“Terra do Corpo” foi gravado e misturado por Eduardo Vinhas (Golden Pony) e masterizado por Harris Newman (Grey Market Mastering). Além de Ian Carlo Mendonza (Tigrala) e Augusto Macedo (Selma Uamusse), músicos residentes do projecto, este disco conta ainda com as participações especiais do contrabaixista Carlos Barretto, de um duo de guitarras com Tó Trips (Dead Combo) e Rui Carvalho (Filho da Mãe), e com os vocalistas Selma Uamusse e António Costa (Ermo).

As palavras de João Pedro Porto são o mote de partida para a segunda viagem de Medeiros/Lucas, o projecto que junta Pedro Lucas e Carlos Medeiros na construção de uma nova topografia da música popular portuguesa. “Terra do Corpo” é o título-resumo deste novo disco, continuação assumida e orgânica do trabalho iniciado com “Mar Aberto” (2015). Se neste Medeiros e Lucas exploravam a ideia de viagem marítima como metáfora das viagens existenciais e da imaginação escapista, em “Terra do Corpo” a dupla vira-se para o corpo físico e para humanismos mais tácteis.

Na base, a dialéctica entre os textos inéditos de João Pedro Porto e a música original de Pedro Lucas: espaços ora esparsos ora densos, expirações e inspirações, torpores e despertares constroem as paisagens emocionais do Homem, em luta com o seu papel social, a sua dimensão pessoal e sua responsabilidade na construção do presente e futuro das sociedades. 

O interior e o exterior, o pessoal e o social, o electrónico e o acústico, o popular e o erudito, a solidão e a pertença, o anonimato e a exposição, o simples e o complexo, o tradicional e o inovador encontram-se, empurram-se, mexem-se, lutam. “Terra do Corpo” é geneticamente político mas sem identificações sectárias, a ser panfletário só se mesmo de um regresso às armas da cultura.

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