A estreia do novo espectáculo de Yolanda Soares foi efectivamente nobre e fez justiça ao título do mesmo. Abriu em cortina de veludo bordeaux com o tema que Carlos Paião fez para Amália "O nosso povo" ( 1º single deste novo trabalho) e fechou à luz da vela numa espécie de "reza" de esperança e num adeus à solidão e exclusão .
Yolanda Soares fecha o espectáculo declamando Camões e cantando "Soledad" de Cecília Meireles, abraçando assim a causa a que se propôs quando foi convidada a estrear Royal Fado no TAGV de Coimbra para ajudar os estudantes Síros que estudam nessa Universidade. Nas palavras de Yolanda Soares, não poderia existir causa mais nobre neste momento da história da humanidade.
O espectáculo foi grandioso, diferente e bastante poético , provocando no público uma curiosidade constante pelo próximo "quadro" que vai tomando forma em palco , como já é hábito nas estreias de todas as suas produções, fazendo lembrar um musical com princípio meio e fim.
Yolanda Soares teve como convidados especiais, o grupo coral "Alma de Coímbra" e o barítono Diogo Oliveira em prestações absolutamente surpreendentes. Não menos surpreendentes foram as actuações dos bailarinos Horus Mozarabe e Marta Chasqueira, imprimindo, tanto um como o outro, um toque místico e sensual a Royal Fado.
Yolanda Soares apresentou-se firme e foi crescendo de confiança , dinâmica e voz ao longo do espectáculo mostrando mais uma vez duas vertentes suas muito vincadas . A influência do Fado e da Ópera, interpretando temas com timbres e cores diferentes de voz. Foi além dos temas incluídos no CD, tendo sempre como ponto de partida uma ligação à sua maior inspiração no Fado, Amália Rodrigues.
"Royal Fado" inicia assim uma caminhada que se espera brilhante primando pela diferença e pela constante necessidade da artista apresentar histórias de vida e abraçar o Fado através da música clássica acrescentando-lhe agora sonoridades Flamencas, Orientais e Argentinas.
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