A cantora Isabel Mesquita edita o seu primeiro álbum a solo, “Ilhéu”, a 24 de Maio, através da MWF – Music Without Frontiers. Com um passado feito na banda lisboeta de World Music Gapura ou nos seus projetos mais pessoais IziBlues, Isabel Mesquita Quarteto e Nossa Bossa, o seu disco de estreia tem produção do prestigiado músico e cantor luso-angolano Yami Aloelela e, nele, mostra como a sua arte, nascida na Ilha de Santa Maria (Açores), se abre a inúmeras outras paragens e sonoridades: pop/rock, jazz, MPB, música africana, tango…
Compositora das canções que canta, e letrista de muitas delas, Isabel Mesquita dá também voz à grande poesia dos Açores, através das palavras de autores como Natália Correia ou os mais recentes Paulo Ramalho e Daniel Gonçalves, sem esquecer outra das suas maiores referências líricas: Florbela Espanca. “Ilhéu” é o álbum que dá a conhecer uma novíssima e refrescante forma de abordar a música portuguesa, feita de estudo e de pesquisa, de amor e de afirmação, de cruzamentos e de criação.
Para a gravação de “Ilhéu”, Isabel Mesquita fez-se rodear de alguns dos melhores músicos nacionais: Yami Aloelela (que, para além de produzir, toca baixo elétrico), Cláudio Andrade (teclados), Tiago Oliveira (guitarras), Vicky Marques (bateria) e João Frade (acordeão), convidado especial no “Tango da Amargura”, para além de Rui Fingers e Luciano Barros, aos comandos da mesa—de-mistura. As sessões decorreram em 2018 na Casa Mãe.
“Ilhéu” é um grande álbum de grandes canções. Fiel à memória da sua apaixonada iniciação na música, o disco abre com a primeira canção que compôs, aos quinze anos, inspirada pelo poema de Natália Correia “Do Sentimento Trágico da Vida”. É o tema mais simples, imediato e – dir-se-ia – juvenil, apesar da densidade da letra.
Uma densidade e profundidade que rapidamente passa e perpassa para todos os outros que se lhe seguem, na sua diversidade estilística, abertura de referências e plena maturidade autoral: “Caminhos Cruzados”, “Palavras”, “Um Amigo” (com Yami Aloelela na co-autoria da música e poema de Paulo Ramalho), “Canções de Amor”, “Fanatismo” (sobre poema de Florbela Espanca), “Cidade” (letra de Daniel Gonçalves), “Ciclo Vicioso”, “Fiz Um Conto para me Embalar” (mais um poema de Natália Correia e o single/vídeo de apresentação de “Ilhéu”) e “Tango da Amargura”.
Ao primeiro disco, Isabel Mesquita inventa, com uma voz única e inspirada, um género que é só seu, assumidamente ilhéu, mas absolutamente universal.
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