28/10/2020

CARLOS DO CARMO | "E Ainda..."


Em Novembro de 2019, Carlos do Carmo despediu-se dos palcos com concertos esgotados há largos meses nos Coliseus do Porto e de Lisboa, no culminar do ano em que comemorou 80 anos de idade. Agora, o fadista canta os “seus poetas” e, pelas suas palavras, edita “aquele que poderá ser o último disco”. “E Ainda…” é o título do novo álbum de Carlos do Carmo e chega às lojas no próximo dia 27 de Novembro.  

“E Ainda…” nasce da intuição e da certeza de que Carlos do Carmo tinha ainda fados por cantar. Fados que, nalguns casos, nem suspeitavam que pudessem ser fados. É o caso de Herberto Helder. Nas duas derradeiras páginas de “Poemas Canhotos”, o último livro que o poeta publicou em vida, o fadista intuiu uma música escondida naqueles escritos finais, e tratou de enviar o texto para que António Victorino d’Almeida confirmasse aquilo que cada célula do seu corpo já sabia: desta vez, havia de cantar Herberto Helder. Herberto Helder não é o único poeta que Carlos do Carmo canta pela primeira vez neste álbum. 

Hélia Correia escreveu para si os versos de “Sombra”. E de Sophia de Mello Breyner Andersen descobriu a sua “Canção 2”. Já Jorge Palma entregou ao fadista uma canção sublime que é tanto “devida” quanto “de vida”. Júlio Pomar, Vasco Graça Moura e Paulo de Carvalho são outros dos cúmplices de mais uma obra em que a palavra, sempre a palavra, ganha papel de destaque. 

“E Ainda…” foi gravado ao longo de três anos e chegará às lojas na sua versão standard com 2CDs (o álbum de originais e o registo ao vivo dos Coliseu de 2019) e na versão limitada e especial, exclusivo Fnac, onde se encontra para além dos 2 CDs um DVD com o registo do concerto que marcou a despedida dos palcos do fadista e um video com uma entrevista feita ao longo da gravação do álbum e imagens inéditas de estúdio e de ensaios 

 No concerto do Coliseu dos Recreios, sala nobre da sua Lisboa, Carlos do Carmo desfiou memórias, revisitou uma carreira que teve o supremo condão de popularizar o fado junto de um público alargado que cresceu a ouvir “Os Putos”, “O Cacilheiro”, “O Homem das Castanhas”, “Lisboa Menina e Moça”, “Um Homem na Cidade” ou “Canoas no Tejo”. Esse e este momento são também o de celebração de toda uma vida a trazer ao fado a quem dele desconfiava, a mostrar o fado a quem o desconhecia, a mostrar ao mundo como Portugal tinha uma canção que nasceu nas ruas e sempre as soube cantar.

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