“No Lugar Dela” é um disco de combate. Um disco de combate à malícia dos dias. Conceptual e fundamentado num exercício empático.
O cantar e o contar do lugar de umas quantas mulheres. O olhar de um homem sobre esses lugares. Porque estar no lugar dela é estar no lugar do outro. Porque estar no lugar dela não é ser ela – o outro.
Acreditando que por este movimento podemos ter dias mais leves. Assim como se o remédio dos nossos dias fosse a empatia. Assim como se fundamental fosse a empatia.
Com pré-produção de José Mário Branco. Com uma formação musical em trio de fado e quarteto de cordas clássico, tentamos pois, o lugar do outro, ou neste caso, de outras.
Algemas (Álvaro Duarte Simões)
Epifania. O ponto de partida que foi a escuta quase obsessiva da mulher (Amália) que canta as Algemas e o Amor (esse nada que recompensa).
ReViraVolta (Duarte)
A mulher que canta os dias, não se deixando resignar a eles. A mulher que se resolve por ela e com ela mesma. Laivos de “saias” do Alto Alentejo.
Por Minha Culpa (Duarte)
A mulher violentada. A culpa que está na génese da sua condição.
Maria da Solidão (Duarte/Vitorino Salomé)
A mulher que se pensa no vivido. De onde veio e onde chegou. A tão marcante solidão do caminho.
Saudades Trazes Contigo (Duarte/Fado Mouraria)
Uma possível resposta ao “Saudades Trago Comigo”, tantas vezes cantado pelos homens.
Mais do Mesmo (Duarte/Fado Rosita)
A mulher que se inquieta face à espuma dos dias.
Sou Eu (Duarte)
Depressão e Ideação Suicida. Mecanismos de defesa e/ou adaptação.
Até Logo (Duarte/Sérgio Rodrigues)
Aquela mãe a quem morreu o filho ainda criança.
Leonor (Duarte)
A história de uma procura por Leonor de Almeida (1909-1983), misteriosa poetisa portuense.
Por Amor (Duarte/Fado Rosa)
A mulher casada que termina a relação com o amante.
Vou-me Embora, Vou Partir (Popular)
O ponto de chegada que é esperança de ser. Partir, ver e conhecer.
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