05/06/2021

FRANCISCO, EL HOMBRE | "Roda Viva"


“Roda Viva”, um hino de resistência de Chico Buarque, é agora interpretado quase 50 anos depois por Francisco, El Hombre. A nova versão do grupo brasileiro integra ainda a banda sonora do filme documentário “The Coup d’État Factory” (A Fantástica Fábrica de Golpes) e já está disponível nas plataformas digitais. 

A letra de “Roda Viva” menciona o caráter cíclico da história brasileira, que se repete tragicamente: "Roda Viva" é uma música cíclica, que vai acontecendo de novo e de novo, sempre levemente diferente, porém em ciclos. Acho que essa característica tem uma analogia forte com as fases da história", explica Mateo Piracés-Ugarte (voz e guitarra), que integra a banda Francisco, El Hombre ao lado de Juliana Strassacapa (voz e percussão), Sebastián Piracés-Ugarte (voz e bateria) e Andrei Martinez Kozyreff (guitarra). 

"O contexto em que essa música surgiu, após o golpe militar de 64, traz muitas semelhanças com o período que vivemos atualmente, com crises políticas, questionamento sobre os direitos básicos humanos, manipulação midiática... Tudo isso parece se repetir na história, que é cíclica como a canção".

Transcendendo a criatividade sonora, a banda decidiu interferir na letra da música, ao promover um encontro entre duas obras de Chico Buarque: "Roda Viva" e "Apesar de Você", ambas hinos de resistência à ditadura. “Esse dia já está nascendo graças ao trabalho de muitos movimentos sociais, muita gente que está botando a mão na massa para virar essa página triste da história que estamos vivendo”, conclui Mateo. 

Francisco, El Hombre dão uma nova roupagem a “Roda Viva” através de elaborados acordes de voz pela Juliana Strassacapa, com resultados hipnóticos. A banda incorpora ainda batidas de Bachata e o piano do chileno Rodrigo Rojas. 

A banda combina assim uma narrativa musical com várias camadas de acordo com as letras das músicas e a complexa história do Brasil, representadas no tema. “Roda Viva” de Francisco, El Hombre ficou disponível em todas as plataformas digitais desde o passado dia 4 de Junho, com estreia do videoclip no dia anterior. A dor pode construir um ciclo sem fim, mas existe sempre uma voz de resistência por trás, a cada início de uma nova era.

1 comentário:

Anónimo disse...

Maravilhosos!

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