O novo álbum de Salvador Sobral, “bpm”, entrou esta semana diretamente para o primeiro lugar do Top de vendas em Portugal. Gravado no início de janeiro de 2021 no Le Manoir de León, idílico estúdio localizado no sudoeste da França, “bpm” é o primeiro disco composto inteiramente por Salvador, ao lado do seu inseparável parceiro musical Leo Aldrey, que também foi o responsável pela produção do álbum.
“Desde o início da minha, ainda pequenina, carreira que me sinto mais à vontade a cantar as músicas dos outros. É verdade que já me aventurei, nos discos anteriores, a compor uma ou duas canções, mas não posso dizer que tenha explorado a minha veia de compositor, foi apenas um vasinho capilar. A proposta deste novo disco é expor toda a minha artéria aorta.”
Conta-nos o artista, acrescentando ainda:
“Obviamente que não o podia fazer sem o meu principal parceiro, na música e na vida, Leo Aldrey. Quando o conheci, em 2010, no Taller de Musics, em Barcelona, estava convencido de que queria cantar o cancioneiro de jazz americano para o resto da minha vida. Acuso, agora publicamente, este meu querido amigo de me sequestrar, fechar-me no seu quarto durante noites a fio forçando-me a escrever canções. Passaram os anos e a dinâmica e o método não mudaram, apenas a dimensão do quarto dele.
Em Fevereiro de 2020 fomos, então, os dois para uma casa no meio do Alentejo escrever canções durante um mês.
O Leo consegue sempre perceber perfeitamente o que quero dizer na música e de que forma o quero dizer, aproveitando ao máximo as minhas capacidades e fazendo-me, até, descobrir algumas novas. Na hora de escolher um produtor para este disco, não havia absolutamente dúvida nenhuma de que seria ele, até porque conhece as canções desde o seu estado mais embrionário.”
As canções desta nova obra surgem de um conceito inicial desenvolvido durante um retiro no sul de Portugal, em que Leo e Salvador elaboraram o esqueleto musical do álbum, que contém 9 canções em português, 2 em inglês e 2 em espanhol, demonstrando mais uma vez a versatilidade de Salvador Sobral e a vocação global da sua obra.
A par da base rítmica que o acompanha desde o seu primeiro disco, André Rosinha (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria), Salvador acrescentou vários elementos novos à sua formação neste projecto: André Santos, na guitarra e Abe Rábade no piano, com Leo Aldrey, que também participa nos teclados e efeitos. Todos eles contribuíram com ideias e propostas musicais que foram fundamentais no processo de criação do álbum:
“Liguei a um amigo com quem já tinha tocado algumas vezes, um pianista super criativo e melódico, mas com fogo no rabo; confiante, mas curioso; lírico, mas punk. Abe Rábade. Soube desde essa primeira chamada que tinha feito a escolha certa.
Dois dias depois, estava em minha casa a aprender as canções com uma rapidez olímpica. Teve, inclusivamente, e quis absolutamente que eu lhe explicasse ao pormenor cada canção, desde a letra até ao que estava por trás dela. O seu envolvimento total no projecto, desde o início até ao último dia de gravação, foi simplesmente admirável. Estar-lhe-ei eternamente agradecido por ter salvado o disco.”
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