02/09/2025

JAZZ AO CENTRO | Coimbra

Apresentado hoje à imprensa, o Festival Jazz ao Centro regressa a Coimbra entre os dias 10 e 18 de outubro para a sua 23.ª edição. Durante cinco dias, a cidade recebe 12 concertos, uma residência artística e iniciativas de mediação, num programa que permite identificar o que é novo e emergente, mapear trajetórias artísticas consolidadas e questionar fronteiras — reforçando o papel do evento como uma das mais relevantes plataformas de criação e experimentação jazzística em Portugal. 

Coorganizado pelo Jazz ao Centro Clube e pelo Município de Coimbra, o festival — também conhecido como Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra — tem apostado, desde a sua criação, na vertente da criação artística, com mais de vinte discos gravados no âmbito do Festival e disseminados nos catálogos de três editoras: Cipsela, Clean Feed e JACC Records. 

A edição de 2025 abre espaço a diferentes gerações e geografias musicais. Entre os destaques está a estreia de “Cantomilo”, o primeiro disco de Estela Alexandre, jovem compositora e arranjadora de 24 anos, que o apresentará à frente da sua orquestra. Outro momento em evidência será o Brainteaser PT Ensemble, dirigido pelo neerlandês Tjin Wybenga. 

O festival reforça também a sua rede de parcerias nacionais, com colaborações com o Seixal Jazz, o Outono em Jazz (Casa da Música) e o Teatro do Bairro Alto, que permitirão trazer a Coimbra projetos como o quarteto da trompetista Yazz Ahmed, o encontro de Luís Vicente, John Dikeman, John Edwards (substituição de William Parker, neste concerto) e Hamid Drake, e o trio formado por Sakina Abdou, Marta Warelis e Toma Gouband. 

A programação inclui ainda uma residência artística com o Projeto Rondo, composto pelos músicos iranianos Roshanak Rafani (percussão), Ehsan Sadigh (guitarra) e Mazyar Younesi (piano), que contarão com a colaboração do percussionista luso-catalão Vasco Trilla. O músico estenderá a sua passagem por Coimbra para se apresentar em duo com o guitarrista conimbricense Marcelo dos Reis, num concerto que encerrará o festival e dará origem a um registo discográfico. 

Outro momento aguardado será a apresentação de “Travelling Light”, o novo álbum de Rafael Toral, figura central da música experimental portuguesa, que será lançado em outubro e onde o músico revisita standards do jazz numa abordagem original. À semelhança das edições anteriores, o Festival Jazz ao Centro ocupará vários espaços emblemáticos da cidade — do Convento São Francisco ao Teatro Académico Gil Vicente, pelo Seminário Maior e pela sede da Associação, o Salão Brazil. 

A novidade em 2025 é a utilização da antiga Estação Nova, onde o artista sonoro Luís Antero e o contrabaixista Miguel Calhaz apresentarão criações que dialogam com a memória do espaço. Para José Miguel Pereira, diretor da Associação sem fins lucrativos Jazz ao Centro Clube, "o festival reflecte o posicionamento distinto do JACC na cena nacional, oferecendo uma visão heterodoxa, que encara o Jazz como uma música viva e em constante mutação. 

Do solo à Orquestra, da música fortemente ancorada na tradição às abordagens que procuram introduzir novos elementos nessa história partilhada, o Festival Jazz ao Centro constrói o contexto perfeito para apreciar a principal riqueza do Jazz: a sua diversidade!

O Festival é coorganizado pela Câmara Municipal de Coimbra, pelo que o Presidente da autarquia, presente na conferência de imprensa, destacou o facto de Coimbra ser uma cidade referência relativamente à música Jazz. Nesse sentido, José Manuel Silva acrescentou que “os Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra, que seguem já para a sua 23.ª edição, em muito contribuem para esse estatuto da cidade, com uma programação que costuma primar pela ampla diversidade musical que o género abarca”.

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