JP Simões e Afonso Pais descobriram “Onde Mora o Mundo” e vão ao Theatro Circo, em Braga, a 24 de Setembro (21.30h) mostrar o resultado
desta parceria
que ganhou for a num álbum que condensa nas suas canções a escola da
canção
brasileira, a sofisticação jazzistica do cancioneiro norte-americano e o
espaço
necessário ao improviso.
Neste novo projecto, com letras assinadas pelo
músico, compositor e escritor auto-didacta JP Simões fala-se, ou
melhor,
canta-se sobre a impossibilidade do amor, sobre as nuances do gozo que
advém da
melancolia, da humilhação e do auto-flagelo, sobre a ilusão do
renascimento
espiritual descartável e sobre os zombies políticos
portugueses.
Figuras incontornáveis no domínio da guitarra,
enquanto que JP Simões definiu um percurso intimamente ligado ao universo
das
canções nas suas mais variadas vertentes estéticas, Afonso Pais,
multi instrumentista e compositor com formação musical na área jazz,
viveu e
trabalhou nos Estados Unidos da América, colaborou com vários
cantautores de
MPB e, em “Onde Mora o Mundo”, compôs a música, assumindo os
arranjos e
direcção musical.
Apesar das nuances obscuras que envolvem os 12
novos
temas, JP Simões recusa a identificação deste trabalho como «um disco
do
crepúsculo». «Parte-se do desencanto para a reinvenção do
entusiasmo», enfatiza
o mentor dos extintos Belle Chase Hotel.
O inesperado encontra-se também na vertente de
descontentamento e de intervenção social, que o habitual cantor de
desgostos de
amor deixou emergir.
«As canções de Vinicius de Moraes, por exemplo,
podem
falar "apenas" de relacionamentos, mas levantam sempre grandes
questões éticas;
o amor confronta-nos com questões duríssimas sobre as nossas opções de
vida e
aquele derradeiro momento em que para se escolher um caminho é preciso
perder o
outro e isso é uma coisa insuportável»,
explica JP Simões.
Em estúdio, o trabalho discográfico da dupla de
guitarristas que assumem ainda o papel de vocalistas e a responsabilidade
pelo
piano, “fender rhodes”, theremin, arranjos e direcção musical,
contou com a
colaboração de músicos como Carlos Barretto (contrabaixo), Alexandre
Frazão
(bateria), Tomás Pimentel (fliscorne), Jorge Reis (saxofone alto), Guto
Lucena (flauta em
sol e flauta baixo), Luís Cunha (trombone, “Eb Hom”, flauta) e com a
participação especial de Perico Sambeat, considerado um dos melhores
improvisadores europeus de saxofone alto.
Ao vivo, na apresentação do recente “Onde Mora o Mundo”, para além de Carlos Barretto, JP Simões e Afonso Pais fazem-se acompanhar ainda por Luís Candeias e Pedro Calado.
A primeira parte do concerto é entregue ao ex-baixista dos Ornatos Violeta, Nuno Prata que, após alguns anos de ausência, voltou a quebrar o silêncio com os 12 temas de “Deve Haver”.
Quatro anos após o lançamento de “Todos os Dias Fossem Estes/Outros”, Nuno Prata regressa com o projecto a solo que lhe garantiu o reconhecimento do público e da crítica que as circunstâncias reunidas em 2006 não lhe permitiram alcançar.
Embora baixista virtuoso nos Ornatos Violeta, para “Todos os Dias Fossem Estes/ Outros”, Nuno Prata deixou a guitarra de lado. Com “Deve Haver” a guitarra regressou aos braços do músico que assumiu plenamente os talentos na composição e na escrita e deu voz a 12 novos temas.
Com Nico Tricot, percussionista e multi-instrumentista que o acompanha desde o início e com Hélder Gonçalves dos Clã, na função de produtor, “Deve Haver” tomou forma e Nuno Prata regressou ao estúdio e aos palcos.
No que a inspirações ou influências diz respeito, em “Deve Haver” é mais fácil encontrar raízes na tradição da música popular portuguesa, devedora de nomes como Sérgio Godinho ou José Mário Branco do que na tradição pop rock, nacional ou internacional.
+ Info:
www.theatrocirco.com
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