15/09/2011

JP SIMÕES E AFONSO PAIS | Braga

 
JP Simões e Afonso Pais descobriram “Onde Mora o Mundo” e vão ao Theatro Circo, em Braga, a 24 de Setembro (21.30h) mostrar o resultado desta parceria que ganhou for a num álbum que condensa nas suas canções a escola da canção brasileira, a sofisticação jazzistica do cancioneiro norte-americano e o espaço necessário ao improviso. 

Neste novo projecto, com letras assinadas pelo músico, compositor e escritor auto-didacta JP Simões fala-se, ou melhor, canta-se sobre a impossibilidade do amor, sobre as nuances do gozo que advém da melancolia, da humilhação e do auto-flagelo, sobre a ilusão do renascimento espiritual descartável e sobre os zombies políticos portugueses.

Figuras incontornáveis no domínio da guitarra, enquanto que JP Simões definiu um percurso intimamente ligado ao universo das canções nas suas mais variadas vertentes estéticas, Afonso Pais, multi instrumentista e compositor com formação musical na área jazz, viveu e trabalhou nos Estados Unidos da América, colaborou com vários cantautores de MPB e, em “Onde Mora o Mundo”, compôs a música, assumindo os arranjos e direcção musical. 

Apesar das nuances obscuras que envolvem os 12 novos temas, JP Simões recusa a identificação deste trabalho como «um disco do crepúsculo». «Parte-se do desencanto para a reinvenção do entusiasmo», enfatiza o mentor dos extintos Belle Chase Hotel.

O inesperado encontra-se também na vertente de descontentamento e de intervenção social, que o habitual cantor de desgostos de amor deixou emergir. 

«As canções de Vinicius de Moraes, por exemplo, podem falar "apenas" de relacionamentos, mas levantam sempre grandes questões éticas; o amor confronta-nos com questões duríssimas sobre as nossas opções de vida e aquele derradeiro momento em que para se escolher um caminho é preciso perder o outro e  isso é uma coisa insuportável», explica JP Simões.

Em estúdio, o trabalho discográfico da dupla de guitarristas que assumem ainda o papel de vocalistas e a responsabilidade pelo piano, “fender rhodes”, theremin, arranjos e direcção musical, contou com a colaboração de músicos como Carlos Barretto (contrabaixo), Alexandre Frazão (bateria), Tomás Pimentel (fliscorne), Jorge Reis (saxofone alto), Guto Lucena (flauta em sol e flauta baixo), Luís Cunha (trombone, “Eb Hom”, flauta) e com a participação especial de Perico Sambeat, considerado um dos melhores improvisadores europeus de saxofone alto. 

Ao vivo, na apresentação do recente “Onde Mora o Mundo”, para além de Carlos Barretto, JP Simões e Afonso Pais fazem-se acompanhar ainda por Luís Candeias e Pedro Calado. 

A primeira parte do concerto é entregue ao ex-baixista dos Ornatos Violeta, Nuno Prata que, após alguns anos de ausência, voltou a quebrar o silêncio com os 12 temas de “Deve Haver”.

Quatro anos após o lançamento de “Todos os Dias Fossem Estes/Outros”, Nuno Prata regressa com o projecto a solo que lhe garantiu o reconhecimento do público e da crítica que as circunstâncias reunidas em 2006 não lhe permitiram alcançar.

Embora baixista virtuoso nos Ornatos Violeta, para “Todos os Dias Fossem Estes/ Outros”, Nuno Prata deixou a guitarra de lado. Com “Deve Haver” a guitarra regressou aos braços do músico que assumiu plenamente os talentos na composição e na escrita e deu voz a 12 novos temas. 

Com Nico Tricot, percussionista e multi-instrumentista que o acompanha desde o início e com Hélder Gonçalves dos Clã, na função de produtor, “Deve Haver” tomou forma e Nuno Prata regressou ao estúdio e aos palcos.

No que a inspirações ou influências diz respeito, em “Deve Haver” é mais fácil encontrar raízes na tradição da música popular portuguesa, devedora de nomes como Sérgio Godinho ou José Mário Branco do que na tradição pop rock, nacional ou internacional.

+ Info: 

www.theatrocirco.com

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