Hoje a "folia" no Portugal Rebelde faz-se com Roda de Choro de Lisboa. Depois de muitos concertos e muita festa em cima dos palcos, o grupo editou recentemente o seu primeiro disco - "Lusofolias". O Portugal Rebelde este à conversa com Nuno Gamboa, que em "Discurso Direto", fala da edição deste primeiro registo como a melhor forma de celebrar a lusofonia.
Portugal Rebelde - Este primeiro disco dos Roda de Choro de Lisboa é para celebrar a lusofonia?
Nuno Gamboa - Sem
dúvida, basicamente é uma prova de como se pode trabalhar num registo
de improvisação sem recorrer aos clichés da música anglosaxonica e não
perder nada com isso, isto é,
para se ser criativo não é preciso ir aprender a tocar jazz ou rock
pois na lusofonia também existe e sempre existiu esse espaço que tem uma
linguagem e repertório original e único.
PR - Antes de chegarem ao disco, as canções deste “Lusofolias” tiveram uma
longa “vida” no palco. Este álbum é também a “prenda” que os fãs à muito
ansiavam?
NG - As músicas gravadas foram mesmo testadas centenas de vezes ao vivo e a cores, sempre em mutação até estarem no "ponto". Algum
do nosso público vê a roda todas as semanas, então foi um compromisso
muito sério gravar um CD para estas mesmas pessoas levarem para casa.
PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizaria este disco de estreia?
NG - O disco da banda que fez o processo ao contrario, primeiro os concertos depois o CD.
PR - Este disco conta com a participação especial de Sérgio Godinho no tema
“Carinhoso” de Pixinguinha. Como é que surgiu esta oportunidade?
NG - O
Sérgio convidou-nos para tocar e arranjar um tema dele que vai sair
agora em Setembro no trabalho que vai assinalar os seus 40 anos de
carreira. Ficámos muito contentes e decidimos covidálo a interpretar um
tema que estávamos a gravar na altura, o "Carinhoso" do Pixinguinha com
letra do João de Barro. Ele aceitou directo. Era um tema que
ele conhecia muito bem e adorava. Convém explicar que a avó do Sérgio
era brasileira e que a música dele é bastante influenciada pelos grandes
cantautores brasileiros como o Chico Buarque ou Caetano. A única coisa
que lhe pedimos foi que gravasse com pronúncia portuguesa e ficamos
todos muito contentes com o resultado final.
PR - É no palco que a folia toma conta dos Roda de Choro de Lisboa?
NG - Sim, porque o público é 60% do show... tocamos muito mais se tivermos um bom público... sem dúvida.
PR - Para terminar, por onde passa o futuro próximo dos Roda de Choro de Lisboa?
NG - Passa
por continuar a tocar todas as terças (faz 6 anos em Outubro que assim
é, agora na Casa de Lafões, na baixa de Lisboa) depois e se tudo correr
como planeado fazermos a nossa 1ª tour na Europa no verão de 2012 e no
fim desse ano entrar novamente em estúdio para gravar o nosso 2º CD.
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