No próximo dia 23 de Junho, Vila Real recebe pela primeira vez o Festival "Se Esta Rua Fosse Minha", um evento que está a ser preparado pelo coletivo Covilhete na Mão. O Portugal Rebelde esteve por estes dias na capital transmontana numa animada conversa com o coletivo Covilhete na Mão, que em "Discurso Direto" nos revelaram alguns dos "segredos" deste Festival.
Portugal Rebelde - Antes
de mais, como é que surgiu a ideia do Festival “Se Esta Rua Fosse Minha”?
Covilhete na Mão - Após
o jantar, enquanto comíamos um arroz doce, apareceu o arcanjo Gabriel, e o
próprio S. João, montados em descascadores de maças alados. Disseram-nos para
atentar na data dos hard-rockers Classified e aproveitar para realizar um
festival jeitoso, de forma a apaziguar a ira de Deus. Pouco depois, uma
luz intensa saiu do covilhete que estava na mão e desejámos, não que o Mundo
fosse nosso, mas pelo menos uma rua. Esse momento transcendental foi musicado
pelas bandas que actuam no festival. Já se fala por aí na grandeza do
acontecimento e sabemos já de uma situação de uma bela que se acendeu…
PR - Ao
contrário do que é habitual, este ano o São João em Vila Real será celebrado em
tons de rock. Que bandas poderemos ver e ouvir no Johnnie Red Blues & Jazz
Bar e Club de Vila Real?
CM - O S.
João de Vila Real é tão habitual aqui como os covilhetes em Belém. Aproveitámos
o início do ritual S. Joanino da bela Vila para introduzir uma tradição
músico-cultural: provas reais de música moderna portuguesa, sábado à tarde de fato
de treino Adidas, taina na rua e noite de camisa aberta nas montanhas da
loucura do Lovecraft, reescritas pelo Torga. Se juntarmos isto aos balões do
rocker João e ao candeeiro “dá-me música” do festival Se Esta Rua Fosse Minha, resulta
lindamente nos concertos dos guerreiros doom Aspen, o 70’s vibe dos
hard-rockers Classified, a beleza folk de The Partisan Seed, a massa stoner dos
Gesso e o cogumelo mágico folk-psych de Mandrax Icon. É como uma missa só, mas
com os salmos em ping-pong entre duas capelas-bar.
PR - Para
além da música, o Festival abre com projecção do documentário “Meio Metro de Pedra” no Club de Vila real. Querem
falar-nos um pouco deste evento?
CM - O
festival arranca logo depois da taina de almoço, pelas 14.30H. Como sabemos que
vai ser um dia de comida à fartazana, e vamos ter que comer pimentos ao almoço
e ao jantar, achámos por bem exibir o documentário sobre a contra-cultura do
rock’n’roll em Portugal, para digestivo, que intencionalmente será um guia de
“how to make a rock’n’roll party” para a tarde e noite do festival. Esse “guia”
ao passado português chama-se Meio Metro de Pedra e é também uma luz intensa
que saiu das mãos do realizador Eduardo Morais, que fechará o festival com um
dj set honrado pelos seus vinis, enquanto na outra sala estará o one man band
Pe7er Panic a rodar malhões zebra.
PR - Dêem-me-me
duas razões para que no próximo dia 23 de Junho, marque na minha agenda o
Festival Se Esta Rua Fosse Minha, em Vila Real?
CM - Ainda
bem que foram duas razões, porque só sabemos dar duas, uma a bem e outra a mal.
A bem, The Partisan Seed: http://www.youtube.com/watch?v=MDJBSh9R98Q. A mal, Aspen: http://youtu.be/XoIxubCTCok. De qualquer forma, todos os
caminhos vão dar à nossa rua. É só seguir o cheiro dos pimentos grelhados nas
válvulas dos amps.
PR - Esta
iniciativa vai ter continuidade nos próximos anos?
CM - Estamos em negociações com a Troika no fórum
da revista Doces do Céu, pois não sabemos se o S. João estará cá para o ano. O
arcanjo Gabriel já se disponibilizou, mas há rumores que possa ser transferido
para a India, reforço de época de Shiva. No entanto, enquanto o covilhete
estiver na mão, há uma luz a sair e outra ao fundo do túnel. Em breve, traremos
covilhetes lightsaber e será tudo melhor, mas para já temos os Santos
concentrado no próximo jogo, que fará de uma rua e dois bares um abençoado
festival. Sem Dragões, covilhete na mão is coming.
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