31/10/2012

LUÍS SILVA DO Ó | Discurso Direto


Da autoria de Luís Silva do ó e Bruno Gonçalves Pereira, chegou recentemente às livrarias "Book Stage - Nos Bastidores do Rock Português" (Chiado Editora, 2012) uma obra que "resgata" da nossa memória coletiva 8 "lendas" do Pop/Rock Português. Luís Silva do Ó, é hoje o meu convidado em "Discurso Direto".

Portugal Rebelde - Antes de mais, como é que nasceu a ideia de reunir em livro algumas das entrevistas que realizaste a oito “estrelas” do Pop Rock Português?

Luís Silva do Ó - A ideia já era antiga, mas ganhou um real impulso quando, em Abril de 2010, fui desafiado por um editor. Como em 2011 se celebravam os 30 anos do boom de ’81 acabei por centrar o trabalho em músicos que tivessem alguma ligação ao fenómeno.

PR - ”Book Stage – Nos Bastidores do Rock Português”, pretende de alguma forma ser uma referência para quem quer revisitar alguns dos melhores projetos do Pop/ Rock dos anos 80?

LSO - A nossa ambição passou apenas pela construção de um livro verdadeiro, honesto, em que 8 nomes lendários do Rock Português pudessem contar histórias e a sua própria história – por incrível que possa parecer, muitos deles ainda não o tinham feito em livro. Claro que não escondemos a nossa alegria quando nomes tão credíveis e exigentes, como David Ferreira (que nos deu a honra de assinar o Prefácio) e Pedro de Freitas Branco (que escreveu a Introdução) elevam estas histórias ao patamar de referência de memória futura, nos textos que escreveram para este livro.

PR - Acreditas que esta obra, poderá contribuir para que os leitores mais novos partam à (re)descoberta da nossa história musical recente?

LSO - No lançamento já sentimos essa curiosidade. Mas, também, a curiosidade de outros mais velhos que desconhecem as carreiras que António Garcez e Sérgio Castro tiveram ao longo dos anos 70 e que ficaram deslumbrados com o que se passou na mesa e nas surpresas que aconteceram em palco.

PR - Um dos grandes momentos deste livro, é a entrevista realizada a Zé Leonel, um dos co-fundadores dos Xutos & Pontapés e voz dos Ex-Votos, já muito debilitado pela doença. Que “emoções” guardas desse encontro?

LSO - Foi um encontro marcante e muito complicado de descrever em palavras. Não estava à espera de encontrar o Zé Leonel num estado tão debilitado porque desconhecia o seu verdadeiro estado de saúde. Porém, quando o microfone foi ligado quem estava comigo era o músico rebelde que se transformou num mito. Penso que isso e a consciência de ser a sua última entrevista, que ficaria impressa em livro, transparecem na conversa.

PR - David Ferreira, no prefácio deste “Book Stage – Nos Bastidores do Rock Português”, lamenta a ausência dos (obrigatórios) GNR e Heróis do Mar nesta revistação à nossa memória coletiva. A que se ficou a dever este senão?

LSO - Concordo com a visão do David Ferreira. A lista inicial de nomes era constituída por 20 (ou mais) e cedo constatámos que seria impossível ter entrevistas de fundo com tantos músicos, o que nos levou a diminuir o lote para 8. Houve um momento em que tivemos de decidir que caminho seguir e preferimos realizar menos entrevistas do que cortar na sua dimensão e profundidade. Naturalmente que se vier a existir um volume 2 tudo faremos para que GNR e Heróis do Mar estejam presentes.

PR - Para terminar, como vês o atual momento da Música Portuguesa?

LSO - A música portuguesa está pujante e tem uma qualidade muito elevada. Pena que a esmagadora maioria dos portugueses não faça ideia daquilo que está a perder. Fazia falta um novo boom porque esta nova geração além de muito boa sabe tocar muito melhor do que a esmagadora maioria dos nomes que surgiram no boom de ’81.

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