21/10/2012

:PAPERCUTZ | Discurso Direto

  
Numa altura em que os :papercutz se preparam para os concertos de apresentação do álbum "The Blur Between Us" (Rastilho Records, 2012) -   21 Novembro no Ritz Clube, em Lisboa e  23 de Novembro no Plano B, no Porto - o Portugal Rebelde esteve à conversa com o Bruno Miguel, que em "Discurso Direto" nos fala de um disco com "um  som mais expansivo, mais denso e negro, com percussão tribal, entre o épico e o cinemático, guiado por vozes etéras."

Portugal Rebelde - De alguma forma podemos dizer, que o álbum “The Blur Between Us” apresenta uma nova fórmula que quebra o lado mais intimista de "Lylac"?

Bruno Miguel - A ideia por trás do conceito do álbum  é retratar a historia de uma personagem, que através da perda de alguém lhe é importante, reconhece a sua própria mortalidade debruçando-se sobre o mistério que é a vida. Não conseguiria ilustrar musicalmente esta historia sem pensar em sons diferentes do "Lylac". Os concertos e as remisturas para o qual tenho sido convidado, também serviram para perceber que havia um tipo de melodia e composição que não tinha explorado e pelo qual me comecei a interessar. Há uma grande beleza na música com uma sonoridade mais negra, melancólica e épica no qual me revejo de momento.

PR - “The Blur Between Us” é um disco conceptual, que conta com a participação de José Luís Peixoto nas letras. Queres falar-nos um pouco desta colaboração?

BM - Ele escreveu um dos temas centrais do álbum e discuti com ele todo o conceito, de forma a que a narrativa fizesse sentido já que existem pontos na história representada semelhantes ao universo explorado no seu trabalho. É um dos nossos grandes novos escritores e tive a sorte de conhecermos pessoas em comum, dele gostar muito do que ouviu e sentir que tinha espaço para participar.

PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizarias este "The Blur Between Us"?

BM - Um som mais expansivo, mais denso e negro, com percussão tribal, entre o épico e o cinemático, guiado por vozes etéras. Ou então... canções. Há sempre um lado intelectual na música mas também gosto do prazer emotivo e puro.

PR - “Rivers”, é o single de apresentação deste novo trabalho. Este é o tema que melhor define o espírito do álbum?

BM - Sim, é um bom resumo das características que o assombram. Mas o álbum tem ainda mais elementos a serem descobertos. O single é apenas uma porta para o resto.

PR - Já durante este ano tiveram a oportunidade de voltar a participar no SXSW, onde mostram pela primeira vez o single “Rivers”. Qual foi o “feedback” que tiveram desta participação?

BM - Fez com que se gerasse interesse no lançamento do álbum mas também permitiu  perceber que ainda tínhamos algum trabalho pela frente ao tentar representar da melhor forma o álbum ao vivo. É um trabalho que ainda não terminou.

PR - Os :papercutz foram um dos 62 selecionados entre mais de 4 mil candidaturas oriundas de 93 países para participar na Red Bull Music Academy, um dos maiores palcos mundiais da indústria musical: Nova Iorque. Este evento será uma oportunidade única para os :papercutz afirmarem o seu projeto?

BM - Além de que vão existir actuações que podem facilitar conhecerem o novo álbum, vai permitir uma troca de ideias com outros participantes oriundos de meios musicais completamente diferentes do meu e talvez assim continue a encontrar inspiração para o futuro.

PR - Para terminar, por onde passa o futuro próximo dos :papercutz?

BM - Os concertos de apresentação. Passámos um ano a pensar nestas músicas, e sinto que o ciclo se completa com o adicionar do elemento que nos faltava: o público.

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