Marta Hugon foi uma das artistas convidadas da edição 2012 do Festival Douro Jazz. O Portugal Rebelde marcou presença nesta primeira apresentação do álbum "A different Time" em terras transmontanas. No final do concerto, ouvimos Marta Hugon, que em "Discurso Direto" nos falou dos falou deste seu novo trabalho, "um disco de canções e emoções que abre um tempo diferente".
Portugal Rebelde - No press release deste “A different Time”
pode ler-se : ”ouvir este disco é embarcar numa viagem que percorre várias
épocas e várias memórias. Que memórias são essas?
Marta Hugon - São
memórias de viagem, de cidades, de músicas partilhadas com outras pessoas. No
fundo, em cada canção há uma história ou uma emoção diferente que a música
ajuda a contar.
PR - “A Different Time” é composto na sua
maioria por temas originais, com letras da sua autoria. Quer falar-nos um pouco desta
experiência?
MH - Esse
foi o grande desafio deste disco. O processo de escrever as canções com o
Filipe Melo. Na realidade, algumas das letras já estavam na gaveta, à espera de
se materializarem neste disco. Mas uma grande parte nasceu ao mesmo tempo que a
música. Foram muitas noites sentados ao piano, a partir a cabeça e a discutir
métrica e rima e a perceber o que é que soava bem, o que era mais orgânico. E
foi de facto um processo muito rico por ter tido essas variantes – compor uma
música a partir da letra, escrever uma letra a partir da música ou então
fazê-lo em simultâneo. Acho que algumas das melhores canções nasceram fruto
deste último processo.
PR - Já teve a oportunidade de apresentar este
disco em vários palcos. Como é que o público recebeu as canções deste novo
trabalho?
MH - De
forma muito calorosa. Acho que a emoção que pusemos neste disco – o coração, se
quiser – se reflectiu nas canções e que ao longo do espetáculo se vai
estabelecendo uma empatia crescente com as pessoas. Para além disso, o grupo
está cada vez mais próximo. São muitos anos de trabalho em conjunto e nada
substitui essa cumplicidade que depois nos permite fazer música de forma
inteira e dar o melhor em cima do palco.
PR - Numa frase apenas - ou duas - como
caracterizaria este “A Different Time”?
MH - Um
disco de canções e emoções que abre um tempo diferente na música que eu faço.
PR - “Swim Slow”, foi a canção escolhida para
single de apresentação deste trabalho. É este o tema, que melhor define o
“espírito” deste disco?
MH - Não, de
todo. O disco tem um fio condutor claro mas com canções muito diferentes. Mas é um tema muito “orelhudo” com um
espírito bom e com um lado irónico que, pelos vistos, apanha as pessoas. Foi
opção unânime dentro da editora. E eu e o Filipe mergulhámos nela de cabeça.
PR - Para terminar, passou recentemente pelo
Festival Douro Jazz. Que “emoções” guarda da sua passagem pelas
cidades de Lamego, Vila Real e Bragança?
MH - Foram
três concertos maravilhosos. Muita gente que conhecia o disco, pessoas que
tinham os outros dois e vieram descobrir este através do espetáculo. Nós
divertimo-nos muito e fomos extremamente bem recebidos, quer pela organização,
quer pelo público. Da experiência que tenho, o Douro Jazz tem já uma corrente
de público estabelecida e sente-se o entusiasmo de quem vem aos espetáculos, e
que já tem uma expectativa. Boa. Espero repetir.
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