"Sinto-me Fado" é este o disco de estreia de Shina, uma jovem artista, que nasecu em França, filha de pais emigrantes. Hoje em "Discurso Direto", tempo para sentirmos o fado nas palavras de Shina e descobrirmos o seu primeiro álbum, uma fotografia de um momento da sua vida e da sua carreira.
Portugal Rebelde - Voz, expressão e emoção. É isto que podemos encontrar no álbum “Sinto-me Fado”?
Shina - “Sinto-me Fado” encerra anos de trabalho e ao mesmo tempo abre uma nova perspectiva. Nada foi precipitado, pisei muitos palcos, fiz muitos concertos e a minha vontade era unicamente cantar e partilhar a cultura e a língua portuguesa. Mas o pedido do público cada vez era mais forte. Então esperei pelos coniventes perfeitos e cada pormenor foi pensado. Sou efetivamente muito expressiva a cantar porque sinto cada palavra dos fados, canto fado mas também vivo fado, respiro fado, e obviamente Sinto-me Fado.
PR - ”Malhão de S. Simão” e “Malhão de Cinfães” são dois dos temas que podemos ouvir neste “Sinto-me Fado”. Esta é uma homenagem sentida às suas "raízes" ?
Shina - É uma homenagem a minha terra de origem o Minho. Não nasci em Portugal mas levei sempre as minhas raízes no coração.
PR - A língua francesa está representada neste disco com “Ne me quite pas” e “Límportant c´est la Rose”A que se fica a dever a escolha destes temas?
Shina - O trabalho em francês é importante porque faz parte do que sou e do que sinto como luso-descendente : uma mistura entre duas línguas e duas culturas. Decidi trabalhar os temas como “Ne me quitte pas”, “L’important c’est la rose” ou “Leio em teus olhos” interpretado em francês e em português porque são temas que conheço desde pequenina e que me tocam muito. O objectivo no trabalho em francês não era reinventar mas interpretar uns temas que se encaixavam bem no fado dando uma nova roupagem de harmonias. O trabalho em francês também foi feito para o publico francês que me segue nos meus concertos, na rádio, na televisão e que cada vez é maior, é um público que adora fado mas que não entende a letra, eu quis que ele pudesse receber um pouco mais da emoção com fados em língua francesa. Aliás a língua francesa adapta-se muito bem ao fado.
PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizarias este disco de estreia?
Shina - Este álbum é a fotografia de um momento da minha vida e da minha carreira.
PR - A Shina representa uma nova geração de filhos de emigrantes. Como é que estes portugueses sentem a sua música?
Shina - Agradeço imenso a forma como o público me acarinha, nomeadamente também a geração de filhos de emigrantes. Sou de uma geração que nasceu longe da terra de origem, que viveu sempre na saudade desta terra e da família ficada em Portugal, é uma ferida que ficará talvez aberta para sempre. Mas mesmo adorando Portugal também temos um carinho especial para França, Suíça, Alemanha, Canada...etc...terras que nós viram nascer e crescer e que hoje nós permitem de dar a conhecer e divulgar a cultura e a língua do nosso país de origem.
PR - Depois da edição deste “Sinto-me Fado”, vamos ter oportunidade de ouvir as canções deste disco nos palcos portugueses?
Shina - Ainda vou estar nos palcos das Fnacs em Showcases em Abril e Junho, em rádios e televisões o que me deixa muito feliz, é um sonho dar a conhecer o meu trabalho em Portugal também.
PR - Para terminar, por onde passa o seu futuro próximo?
Shina - Acabei de estar em Portugal e no Luxemburgo onde o acolhimentoo foi fantástico. Tenho concertos agendados em França para apresentação de “Sinto-me Fado” e volto a Portugal em breve. Aproveito para agradecer ao Portugal Rebelde pela divulgação do meu trabalho e o carinho que têm dado. Agradeço imenso !
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