09/07/2013

DEAR TELEPHONE | Discurso Direto


Os Dear Telephone alinhavaram com “Birth of a Robot” (2011) – registo inaugural da banda – uma abordagem musical nocturna e austera em contraste com o colorido das referências literárias e cinematográficas que contaminam o universo intimista das suas composições. Depois de um ano intensivo de concertos e outro meio dedicado exclusivamente à construção do primeiro longa duração, Os Dear Telephone editam “Taxi Ballad” (PAD, 2013). O Portugal Rebelde esteve recemente à conversa com André Simão, que em "Discurso Direto" nos fala deste regresso aos discos dos Dear Telephone.

Portugal Rebelde - O que é que une e separa o EP “Birth of a Robot” (2011) deste “Taxi Ballad”?

André Simão - Une-os, desde logo, a vontade de explorarmos, sem grandes artifícios, os instrumentos de cada um. Uma certa ideia de minimalismo nos recursos. No entanto sentimo-nos crescer em vários níveis. Das personagens que as vozes encarnam, cada vez mais complexas e rebuscadas, até um lado mais exploratório e denso, expresso nas guitarras, no processamento dos teclados, nas arritmias das percussões.

PR - A que se fica a dever a escolha de “Taxi Ballad” para título deste disco de estreia?

AS - É uma balada muito mais no sentido cinematográfico do que musical. Os ambientes entrelaçam-se, a toada é fluída e relaxada. O táxi evoca a ideia/cliché de um espaço interior onde viajamos, entregues a nós mesmos, pela confusão inspiradora do ambiente urbano. A expressão vem da letra da última canção do disco, a que acabamos por chamar “Passengers”.

PR - Numa frase apenas – ou talvez duas – como caracterizarias este “Taxi Ballad”?

AS - É um disco de interiores. Em todos os sentidos. Agreste, exploratório, e por outro lado, simples, pouco ornamentado, quase "live".

PR - "That Violin Lesson Sucks"”, foi o single escolhido para apresentação deste “Taxi Ballad”. Este é o tema que melhor retrata o “espírito” do disco?

AS - É talvez o tema que melhor faz a ponte com o trabalho anterior. Ainda que seja, curiosamente, um dos que compusemos mais recentemente. Seja como for não foi uma escolha fácil. É um disco que vive bastante da interpenetração entre as canções e as histórias que contam. Não é um disco de singles.

PR - Já tiveram a oportunidade de apresentar as canções deste “Taxi Ballad”. Qual tem sido o “feedback” do público?

AS - Tem sido óptimo. Ainda que até aqui tenhamos estado demasiado envolvidos na construção do disco e só agora comecemos a sentir tempo e espaço para recolher reacções e conclusões.

PR - Para terminar, por onde passa o futuro próximo dos Dear Telephone?

AS - Muitos concertos e deixar o álbum crescer em palco.

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