Depois de "Gazela", um extraordinário primeiro álbum em que a banda sintetizava as suas influências e ao mesmo tempo recolhia de forma urgente algumas das texturas da paisagem indie rock de então, os Capitão Fausto regressam agora em 2014 com "Pesar o Sol", um disco que é urgente descobrir, porque para viajar basta existir.
Portugal Rebelde - O que é une e separa o álbum “Gazela” e este “Pesar o Sol”?
Capitão Fausto - A união deve-se ao facto de serem as mesmas cinco pessoas a tocar em ambos. É natural que assim seja, mesmo sendo discos diferentes sentimos que é vísivel que somos nós a tocar. Não somos os mais indicados para apontar as diferenças entre o Gazela e o Pesar o Sol, mas essencialmente o Gazela é mais frenético e imediato e o Pesar o Sol mais contemplativo e energético.
PR - No press release Tiago Castro escreve: “Nas nove músicas e respectivos 49 minutos, os Capitão Fausto ditam as regras logo desde início, colocando-se em ombros de gigantes do piscadelismo e rock progressivo dos anos sessentas e setentas, internacionais e nacionais.” É mesmo assim?
CF - Na verdade é o que as pessoas quiserem que seja. Gostamos muito do Tiago Castro e tem programas na rádio que ouvimos muito. Achámos que seria a melhor pessoa para falar deste disco e estávamos certos. De facto o texto dele resume bem aquilo que é o disco, em traços gerais. Bem melhor do que nós, que temos mais jeito para tocar do que para escrever e adjectivar o nosso próprio disco!
PR - Depois do bem sucedido “Gazela”, sentiram alguma “pressão” durante a gravação deste segundo trabalho?
CF - Nenhuma. Gravámos o Pesar o Sol nem um ano depois do Gazela simplesmente porque nos apeteceu.
PR - Numa frase apenas – ou talvez duas – como caracterizariam este “Pesar o Sol”?
CF - “Para viajar basta existir”.
PR - As canções deste “Pesar o Sol” foram nascendo numa quinta em Paredes de Coura. “A Célebre Batalha de Formariz” é uma das canções que nasceu durante a vossa estadia em Paredes de Coura. Queres falar-nos um pouco da história que está por detrás deste tema?
CF - Sem contar com a "Tui" e "Flores do Mal", todas elas foram compostas em Paredes de Coura. "A célebre batalha de formariz" é talvez a mais directamente ligada a uma vivência, porque fomos expulsos de uma aldeia em plena festa de Verão. Por toda a gente. Formariz nunca mais foi a mesma e nós também não. Já fizemos as pazes entretanto.
PR - Depois de terem apresentado este disco no passado dia 6 de Fevereiro no Lux, em Lisboa; no próximo dia 22 de fevereiro é a vez de apresentarem este "Pesar o Sol" no Hard Club, no Porto. O que é que o público pode esperar deste concerto?
CF - Vamos tocar o "Pesar o Sol" na íntegra e algumas canções do Gazela. Estamos cheios de vontade de tocar. É aparecer.
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