26/11/2014

DONNA MARIA | Discurso Direto


Dez anos passados desde a sua formação, os Donna Maria regressam com o registo sonoro a que sempre nos habituaram, mantendo toda a sua estrutura musical de base. Miguel Majer, músico e produtor do álbum "Três", é hoje o meu convidado em "Discurso Direto". Em destaque o álbum que marca a maturidade dos Donna Maria - "Três".

Portugal Rebelde - Dez anos passados desde a sua formação, os Donna Maria estão de regresso com o álbum “Três”. A identidade sonora do grupo revê-se por completo neste novo trabalho?

Miguel Majer - Percebo a pergunta. Esse era um dos principais desafios deste disco e desta nova fase dos Donna Maria. A opinião geral é quase unânime. O ADN da banda continua. Quem ouve este novo disco tem dito: "Isto é Donna Maria". Essa percepção deixa-nos muito satisfeitos pois parece que essa "prova" está superada.

PR - Após meses de procura e audições, Patrícia Roque foi a escolhida para dar voz aos Donna Maria. Carisma e originalidade na interpretação, são estes os melhores elogios que podemos fazer à voz de Patrícia Roque?

MM - Carisma é algo muito relativo e subjectivo, principalmente numa audição. Numa análise mais objectiva, tanto quanto isso é possível nestes assuntos, a Patrícia Roque apresentou-se com dois argumentos de peso que nós procurávamos: Um timbre próprio, com muita personalidade e uma interpretação sobria mas muito eficaz. Introduziu uma certa paz nas melodias da banda. Foi algo que nos agradou de imediato.

PR - Este disco conta com as participações especiais de Luíz Caracol, Pierre Adernerne, Daniela Varela e Mário Bomba. Queres falar-nos um pouco destes “encontros”?

MM - As participações sempre surgiram depois das canções estarem prontas. Foi assim com o Vitorino, Luís Represas, Rao Kyao e com todos os que nos honraram com a sua presença. Desta vez foi igual. O Luíz Caracol é um velho conhecido e muitas vezes parceiro de composição e palcos. O Pierre Aderne já o conhecia há algum tempo através do Luís Caracol e desde sempre fui admirador da sua obra. A Daniela Varela surge através da Inês Vaz, acordeonista e também produtora deste "TRÊS". Conhecia a Daniela apenas como cantora dos Flor de Lis mas a Inês sempre falou dela como uma criativa por excelência. Para além da participação em "Vida", também assina algumas canções. Foi e é uma cúmplice dos Donna Maria. O Mário Bomba surge da ideia de termos um actor a dizer um poema de Fernando Pessoa em "Não digas nada". Tinha em tempos assistido à peça "O Fantasma do Chico Morto" do actor e encenador brasileiro, Pedro Cardoso. De alguma forma ficou-me na memória a sua excelente interpretação e sugeri à Inês Vaz - que tinha também participado na peça como acordeonista - o convite ao Mário. Ela achou uma boa ideia e felizmente para nós ele também achou.

PR - “A Rosa e o Espinho” foi a canção escolhida para apresentar este disco. Esta é a melhor porta de entrada para descobrir o álbum “Três”?

MM - As escolhas de um single de um disco, tem contornos que nem sempre vão ao encontro de uma banda ou artista. Não foi o caso. "A rosa e o espinho" é uma excelente entrada para se descobrir este novo disco. Embora pudesse ter sido escolhida outra canção. É uma boa entrada mas não era a única. O disco tem várias janelas e portas. Tudo depende da curiosidade de quem nos ouvir.

PR - A apresentação ao vivo das canções do álbum “Três” passa pelo B.Leza (Lisboa) no dia 3 de Dezembro. O que é que o público pode esperar deste concerto?

MM - Quem assistir ao nosso concerto, poderá ver e ouvir "Três" traduzido para ao vivo sem adulterar o que se encontra no registo original. Tocaremos as 12 canções que compõem o disco e mais três canções emblemáticos da nossa história. Podemos confirmar que teremos ao vivo todos os convidados que participaram no disco.

PR - Para terminar, numa frase apenas como caracterizarias este álbum?

MM - "Três" marca a maturidade dos Donna Maria e é quanto a mim o melhor disco da banda.

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