"O Cavaquinho do Amadeu" é o primeiro de uma série de CDs de música original que a Associação Cultural Museu Cavaquinho vai publicar com os melhores tocadores de cavaquinho do país. Hoje em "Discurso Direto" apresentamos "O Cavaquinho do Amadeu", o primeiro trabalho a solo de Amadeu Magalhães.
Portugal Rebelde - “O Cavaquinho do Amadeu”, acabado de editar pela AC Museu Cavaquinho é mais uma das acões no sentido de sensibilizar a população para a riqueza patrimonial deste instrumento e da sua prática?
Amadeu Magalhães - Claro, se bem que o objectivo principal será criar argumento à volta do instrumento pois desde 1981 até 2014 apenas houve a edição de 2 cds dedicados ao instrumento e pela mesma pessoa.
PR - Este instrumento goza hoje de uma popularidade muito grande junto público. A que se fica a dever esta popularidade?
AM - A popularidade do instrumento deve-se a vários factores, o mais evidente penso que será a sua portabilidade e eficácia musical no género português. A adopção por parte de tunas estudantis ajuda muito na sua divulgação.
PR - No álbum “O Cavaquinho do Amadeu” as canções dividem-se entre os temas tradicionais e alguns originais da sua autoria. Este é um instrumento por quem teve sempre um carinho muito especial?
AM - Digamos que é um instrumento que me é muito querido e me consigo expressar musicalmente através dele. Eu sou multi-instrumentista e não consigo evidenciar nenhum dos instrumentos que toco, há por assim dizer um equilíbrio em tudo o que faço instrumentalmente.
PR - Este CD vem acompanhado de um Libreto - bilingue - com um texto assinado por João Luís Oliva que contextualiza a história do Cavaquinho em Coimbra. Entre violas e guitarras, o cavaquinho é um instrumento amado por todos?
AM - Quanto a isso poderei responder por mim e digo que é muito amado por mim, sim. Tento sempre que possível inserir o cavaquinho em todos os projectos que participo e acreditem que só não é mais utilizado em certos contextos devido à má imagem associada fruto de uma prestação musical medíocre em certos géneros em que é utlilizado.
PR - Das 12 canções há algum tema que gostaria de destacar? Porquê?
AM - Todos os temas têm uma história associada, claro. Não há por assim dizer um tema que eu gostasse de destacar ou evidenciar, todos foram feitos ou elaborados com o mesmo carinho e atenção. Gostava era de afirmar que tentei ser o mais “crú” possível na elaboração do cd sem recorrer a “truques de laboratório” para que o som fosse o mais natural possível que se consegue num trabalho do género. Até porque usei cavaquinhos diferentes nos temas e a tímbrica é um ponto forte a considerar.
PR - Para terminar, a AC Museu Cavaquinho — cuja figura central e Presidente da Direção é o músico Júlio Pereira, é a principal responsável pelo renascimento e reatualização deste instrumento?
AM - Todas as iniciativas são importantes para a divulgação do instrumento e o cavaquinho tem estado de muito boa saúde nos últimos anos, principalmente em Coimbra. Há de facto uma escola coimbrã em termos de cavaquinho, sistematizada, mas que não está muito divulgada. Se eu disser que já ensino cavaquinho há mais de vinte anos e que tenho formado tocadores excelentes, poderá soar utópico mas é uma realidade. O trabalho da associação, que é muito importante e temos de estar agradecidos por isso, é mais de divulgação que renascimento ou reactualização do instrumento.
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