“Mensagens da Nave-Mãe” é o novo álbum de PZ. Depois de “Anticorpos” (2005) e “Rude Sofisticado” (2012), e após o lançamento dos singles “Cara de Chewbacca” e “Tu És a Minha Gaja” num Vinil de 7 polegadas em colaboração com dB no início deste ano, aterra agora o 3º álbum de originais deste artista “pz-generis” que tem vindo a conquistar um espaço muito próprio na música Nacional. Entre solos de sintetizadores traumáticos, beats saltitantes, e palavras que brotam do sub-consciente, este disco prova que a música Pop é um Universo sem fim. Com PZ quem ganha somos todos nós!
Portugal Rebelde - As “Mensagens da Nave Mãe” transportam-nos para um mundo “100% natural” repleto de “Bestas” comandado pelo “Dinheiro”, que nos deixa com “Neura” enquanto damos uma “Trinca na Chamuça”. Este disco prova que a música Pop é um universo sem fim?
PZ - Na minha óptica muito pessoal, penso que sim. A chamada música Pop não é mais do que um “nickname” da Música Popular inserida na modernidade do tempo em que é analisada e genericamente classificada de “Pop”. Uma música que represente e englobe à sua maneira as várias estéticas musicais que são desenvolvidas e exploradas em temas que apelam a algo que é comum a uma espécie de público utópico que se pode materializar através da disseminação de um tema. Isto é uma das várias interpretações possíveis do que é o “Pop”, e as “Mensagens da Nave-Mãe” é a minha visão do que pode ser um disco “Pop”. Pode ser qualquer coisa, com qualquer estética, desde que tenha a intenção de se tornar parte da tal cultura popular abrangente ao ponto de ser impossível classificar alguma coisa a não ser de “Pop”.
PR - O título escolhido para este 3º disco, “Mensagens da Nave-Mãe” tem muito a ver com a tua forma de estar, uma espécie de “radar” que absorve tudo o que passa à tua volta?
PZ - Podemos dizer que sim. É o meu sub-consciente a enviar mensagens que são descodificadas pelo meu estado mais consciente. O nosso “radar” capta tudo segundo a experiência de cada um, e essa experiência difere bastante de pessoa para pessoa. No entanto há uma espécie de experiência partilhada por todos nós que é definida e esculpida através da nossa cultura. Eu tento na minha música adicionar elementos novos a essa cultura, artefactos que fujam um bocado à norma mas que tenham algo na mensagem que possa ser captado por toda a gente. No entanto, gosto de deixar uma porta aberta à ambiguidade da mensagem e apimentá-la com algum “non-sense”. Assim cada pessoas tem a sua interpretação pessoal da música. A quantidade de explicações e teorias que já li e me comentaram sobre os “Croquetes” é a prova disso mesmo. Mas quando fiz essa música estava apenas a fazer uma música sobre croquetes. São mesmo muito bons…
PR - “Dinheiro” e “Neura” foram as primeiras canções a serem desvendadas. Assumidamente, isto é PZ no seu melhor?
PZ - Isso já não sei…O que sei é que foram as músicas do novo álbum que me fizeram mais sentido apostar na fase de lançamento. Mas já tenho em mente ideias para mais videoclips de outros temas.
PR - Os videoclipes que crias acabam por ter um grande impacto no teu percurso, exemplo disso é “Cara de Chewbacca”, “O que me vale és tu” entre outros. Queres contar-nos como é que tudo isto funciona?
PZ - Funciona bem porque divirto-me a fazer os videoclips tanto como realizador, como produtor e até como personagem. A “Cara de Chewbacca” e “O que me vale és tu” são bons exemplo dos videoclips que tenho “self-made”, que surgem literalmente no momento. Não houve scripts, nem uma equipa definida, nem “timings” ou “deadlines”. Gosto de fazer esses vídeos com base na inspiração do momento mas também gosto de ter uma equipa de produção mais, digamos, profissional, e de trabalhar com realizadores como o Alexandre Azinheira, a Joana Areal, a Rita Barbosa ou a Filipa Cardoso. Tudo pessoal amigo mas que têm ao mesmo tempo um talento natural para o Cinema. Tenho a sorte de ter amigos e amigas deste calibre a trabalharem comigo.
PR - Numa frase apenas como caracterizarias estas “Mensagens da Nave-Mãe”?
PZ - É uma mistura meio maquinal com uma postura meio animal.
PR - Outro projeto que ajudaste a crescer foi a editora Meifumado. Que balanço fazes destes 10 anos de edições?
PZ - Um balanço positivo nem que seja pelo facto de ainda estarmos cá.

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