Uma das certezas absolutas do jazz português passa este sábado (18 de Julho) por Braga para encerrar o ciclo que levou ao GNRation alguns dos nomes mais importantes do jazz contemporâneo. O jornalista Rui Miguel Abreu antecipa o momento com algumas palavras sobre Rodrigo Amado.
"Não deixa de ser curioso que nas entrelinhas do discurso internacional de reconhecimento do papel de Rodrigo Amado no presente passe uma ideia de “new kid on the block”. É que o saxofonista já leva três décadas nos pulmões de plena dedicação à música, três décadas em que provavelmente o único “pecado” cometido terá sido o da “multiplicação”, tendo aproveitando as circunstâncias particulares da cena musical do nosso país para tocar em muitos contextos diferentes e com gente muito distinta. 2014 foi um ano-chave no percurso deste músico, com a edição de múltiplos projetos que deixaram clara não apenas a sua diversidade estilística, mas também a sua capacidade de empenho e de trabalho, qualidade fundamental para a afirmação de uma visão no presente.
Ao GNRation, Rodrigo leva o seu celebrado Motion Trio com quem editou também no ano transacto (em colaboração com Peter Evans em The Freedom Principle e Live in Lisbon). Com Miguel Mira no contrabaixo e Gabriel Ferrandini na bateria, o Motion Trio é uma sólida proposta musical capaz de alternar a explosão com a reflexão.
Na revista Blitz sublinhou-se a capacidade deste duo de suporte “desenhar cenários intrincados aproveitando a profundidade de campo” enquanto o tenor assumia um papel inspiradíssimo, traduzindo pensamento em ação direta.
O Motion Trio já conta com uma generosa discografia desde que se estreou em 2009 na European Records. Além desse momento de arranque de aventura e dos dois trabalhos lançados o ano passado na companhia de Peter Evans, o trio gravou ainda dois registos com Jeb Bishop, experiência ampla que ampara sempre as apresentações destes três inventivos músicos que o All About Jazz já descreveu de forma certeira quando afirmou: “this trio has guts”. Três décadas depois do arranque de carreira, Rodrigo Amado é, de facto, uma certeza mais do que absoluta, lança do jazz português na África imensa que é o resto do planeta, visionário incansável que proporciona sempre momentos de uma beleza imensa e emoções das mais extremas por via de uma entrega total e honesta. Concerto mais do que imperdível, com certeza."
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