Hoje em Discurso direto recebemos O Martim. "Horas para gastar vol. I", é o título do seu mais recente trabalho. Um disco em que o músico observa o mundo com olhos de quem não está preso a nada.
Portugal Rebelde - «Nesta última temporada da minha vida, arranjei finalmente maneira de conseguir dedicar o meu tempo às coisas certas, às coisas que eu queria fazer, às coisas boas.» Definitivamente “Horas para Gastar Vol.1” é o disco que querias fazer?
Martim - É o disco que marca uma nova abordagem à maneira como eu trabalho as canções. Tem a ver com o facto de eu me organizar de maneira diferente. Quando arrumamos um quarto que está completamente dasarrumado e caótico acabamos sempre por ficar com mais espaço. O mesmo se aplica à nossa cabeça. Quando começamos a arrumar as ideias ficamos com mais espaço mental, logo mais tempo, e logo mais Horas para Gastar.
PR - "Razão da Distração", foi a canção escolhida para single de avanço deste novo disco. As mulheres serão sempre uma fonte de inspiração?
Martim - Sim. Embora neste caso específico sejam uma fonte de desinspiração. Inspiração é uma palavra que eu não gosto particularmente, já que acredito que a “inspiração” não existe. Existe sim o trabalho. E neste caso a mulher é uma distração desse trabalho. Algo que o atrapalha e atrasa. A canção é descritiva desse processo de “desinspiração” e distração, que me é muito frequente. Achei que colocar esse assunto numa canção seria uma maneira boa de descrever a relação d´O Martim com as mulheres. E a maneira como ele lida com isso.
PR - Numa frase apenas como caracterizarias este “Horas para Gastar Vol.1”?
Martim - É um disco que passa por muita coisa, tendo como tema principal o ponto de vista de um Martim que agora observa o mundo com olhos de quem não está preso a nada, mas que ainda assim não deixa de ser Martim.
PR - Este disco conta com a participação de ilustres convidados - Samuel Úria, David Pires, Cut Slack, Ricardo Toscano entre outros. O “espírito” deste disco passa muito pela partilha destes amigos?
Martim - Sim. O David Pires já tem vindo a co-produzir os discos d´O Martim desde o início. Ele é um músico extraordinário e de um enorme bom gosto. Os outros convidados são meus grandes amigos e referências. Achei que a melhor maneira de mostrar mais de mim nas minhas canções, seria mostrar o mundo que me rodeia. E os meus amigos são esse mundo. Estou muito feliz por poder ter na minha música um pouco de cada um deles. Continuarei a convidar amigos nos próximos discos e sempre que puder.
PR - O artwork deste disco está também entregue ao grande cúmplice que é o Nilton. Como é que surgiu esta oportunidade?
Martim - O Nilton é para além de um grande humorista, também um muito talentoso desenhador. E ainda mais tem uma caligrafia que eu acho brutal. Uma vez que a minha caligrafia se assemelha à de uma criança de 10 anos, achei bem abusar da sua amizade e cravar-lhe para desenhar o artwork da capa. Estou muito contente com o resultado. Simples e “clean” como eu gosto. Grande Nilton, é o maior!
PR - Para terminar, como vai ser o resto de 2015?
Martim - O resto de 2015 contará com o lançamento de mais uns quantos singles, e ainda de uma lista boa de concertos pelo país fora. Espero também, mais para o final do ano conseguir começar a trabalhar as canções para um disco novo, quem sabe intitulado “Horas para Gastar vol.2”. A tal lista de concertos pode ser consultada no nosso site www.omartim.com , bem como muitas outras novidades. Sigam-nos também no facebook e instagram e essas coisas todas!
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