16/11/2015

VIRGEM SUTA | Discurso Direto


O novo disco dos Virgem Suta, "Limbo" (Universal, 2015) é o sucessor de "Doce Lar", editado em 2012, e do álbum homónimo de 2010 (ambos a valer duas nomeações para os Globos de Ouro). Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo estão hoje em "Discurso Direto" para apresentarem este 3º registo, um disco para ser ouvido com "olhos de ver".

Portugal Rebelde - "Limbo", é assumidamente mais um disco de "Festa"?

Virgem Suta - É um disco sobre o quotidiano português e nele existem todos os tipos de estados de espírito. Mas é verdade que desde o início do processo de composição houve intenção de fazer um disco otimista, que procurasse incidir maioritariamente no lado positivo da vida, eventualmente o mais festivo.

PR -  As letras das canções colocam sempre duas perspectivas, mas geralmente, as histórias acabam sempre com um final positivo. Este o reflexo da condição de ser português?

Virgem Suta - O português navega mais no "vai-se andando", aquela condição resmungona mas passiva perante a realidade. Ainda não percebi se por preguiça ou mesmo inabilidade para buscar o lado positivo das coisas. Esta arte de converter o menos bom em alegria é mais característica de, por exemplo, os nossos irmãos brasileiros. Acho que a nossa passagem por lá, definitivamente nos influenciou bastante.



PR - Numa frase apenas como caracterizariam este "Limbo"?

Virgem Suta - Leque Impressionante (de) Músicas Bué Originais. Hehehe! Isso dá limbo, não dá? Faltou o "modéstia à parte".

PR - Ela Queria" e "Regra Geral", foram as canções escolhidas para singles de avanço deste novo trabalho. Estes são os temas que melhor retratam o "espírito" deste Limbo?

Virgem Suta - Não sei se serão as que melhor retratam, uma vez que cada uma representa 1/12 do todo. São, isso sim, canções de que gostamos particularmente e que nos pareceram uma divertida forma de iniciar mais um capítulo da nossa carreira. Como já referi, partimos para este disco com a perspetiva de o fazer otimista, pelo que as canções de apresentação deveriam ser as que consideramos mais otimistas, boa onda... Foi apenas e só isso.

PR - Passaram recentemente por Maau onde tiveram a oportunidade de apresentar as canções deste novo trabalho. Qual foi o "feedback" que receberam do público Macaense?

Virgem Suta - O feedback foi excelente! Fizemos dois concertos e, no segundo, já tivemos público chinês repetente. Fizemos os alinhamentos muito festivos e, como é costume, os concertos terminaram numa enorme maluqueira, com o palco cheio de gente. Acreditamos que havemos de voltar a Macau...

PR - A que se fica a dever o título de "Limbo" para nome deste disco?

Virgem Suta - O nome tem a ver essencialmente com o facto de todas as canções terem mensagens subliminares como que dando ao ouvinte a possibilidade de, perante uma fronteira entre dois mundos ou dois enredos, poder optar pela versão da história que mais gostar. Há quem goste só de finais felizes, há quem prefira algum drama... Assim o ouvinte passa a ter um papel ativo na nossa música.
A ideia de limbo surge portanto como uma fronteira entre o que as canções são para nós e o rumo que tomarão ao serem escutadas e interpretadas pelo público. A música dos Sutas não pretende ser só entretenimento, por esse motivo o Limbo é, sem dúvida, um disco para ser ouvido com "olhos de ver"...

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